Varanda dos silêncios…
Vim para a varanda saborear as ondas
de silêncio
que se vão desdobrando
diante de mim.
Chegam de todas as vertentes,
em sulcos rasgados num céu de cinza.
Fazem-me vibrar sensações arrítmicas
que eu não entendo.
Percorrem meu ser
de alto a baixo,
branqueando sombras,
avivando cores
deste quadro de luz
que venho pintando.
Sobem do mais fundo da minha alma
em vagas sucessivas,
as minhas lembranças mais recônditas,
desde as horas distantes
da minha infância.
Umas são doces quase de mel.
Outras são travos.
De tão amargos
sabem a fel.
Duraram tão pouco.
Esplendor de aurora.
Cheia de sol.
Tinha os meus pais.
Um mar de amor.
Depressa secou…
Um mar de amor.
Depressa secou…
Berlin, 27 de Junho de 2015
23h27m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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