Nova moeda de troca geral
Nem de papel nem de metal
Será a nova moeda.
Será pesada e eterna,
E seu estalão terá o cunho exacto
da verdade.
Sem cotação nas bolsas.
De curso livre,
Valerá igual e sempre
Porque é fruto da verdade.
Tudo paga à hora.
De mão para mão.
E nunca falta.
Encherá os bolsos,
Sem excepção,
De toda a gente.
Sua fonte é a alma
De cada parte.
Já tem efígie.
O seu nome é a bondade...
Berlim, 30 de Junho de 2016
7h50m
dia de sol duvidoso
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
quarta-feira, 29 de junho de 2016
portadas brancas
Minhas portadas brancas…
Abro de par em par,
Minhas portadas largas,
Ao sol e ao sal
Do mar profundo.
Minhas portadas largas,
Ao sol e ao sal
Do mar profundo.
Deixo entrar no vento
Os acordes ternos
Das ondas salsas.
Os acordes ternos
Das ondas salsas.
Me banho, dos pés à cabeça,
Na sua espuma ardente,
Em chama branca.
Na sua espuma ardente,
Em chama branca.
Regalo meus olhos sedentos,
Na infinita vastidão azul.
Me lanço correndo,
A toda a força,
Por este mar aberto.
Para lá do mundo.
Na infinita vastidão azul.
Me lanço correndo,
A toda a força,
Por este mar aberto.
Para lá do mundo.
Minha alma sobe leve
Até às nuvens.
E voa, liberta à solta,
Mirando a terra.
Até às nuvens.
E voa, liberta à solta,
Mirando a terra.
Como uma estrela de prata,
A vê serena e azul.
Só ela sabe
O que, de bem e mal,
Se vive nela.
A vê serena e azul.
Só ela sabe
O que, de bem e mal,
Se vive nela.
Implora aos céus
Lhe chova intensa a paz
E, com pétalas de amor,
A faça feliz…
Lhe chova intensa a paz
E, com pétalas de amor,
A faça feliz…
Berlim, 30 de Junho de 2014
5h22m
dia a nascer cinzento
5h22m
dia a nascer cinzento
Joaquim Luís Mendes Gomes
prefácio possível
Prefácio possível
" Tudo se pode ao longo da vida:
Ser-se um artista na arte escolhida.
Sentir o amargo das derrotas sofridas.
Saborear a glória das vitórias alcançadas.
Escrever nossa história como lenda sonhada.
Pintar as palavras das cores que quisermos.
Sentir o amargo das derrotas sofridas.
Saborear a glória das vitórias alcançadas.
Escrever nossa história como lenda sonhada.
Pintar as palavras das cores que quisermos.
Tudo se pode.
Mas, no fundo, só se abrindo
E expondo a alma,
Desvendando quem somos,
Sem reserva ou cortinas,
Demonstramos ao mundo
O bem que lhe queremos
E quanto o amamos..."
E expondo a alma,
Desvendando quem somos,
Sem reserva ou cortinas,
Demonstramos ao mundo
O bem que lhe queremos
E quanto o amamos..."
Berlim, 29 de Junho de 2016
18h50m
18h50m
terça-feira, 28 de junho de 2016
se tivesse pés a natureza...
Se tivesse pés a Natureza…
Se tivesse pés a Natureza,
Me prostraria extasiado
A seus pés e cantaria hossanas
Por tantas belezas
Espalhadas por esse mundo.
Me prostraria extasiado
A seus pés e cantaria hossanas
Por tantas belezas
Espalhadas por esse mundo.
Se tivesse mãos e braços
Eu me abraçaria a ela
Como um louco apaixonado
E rezaria ao Criador
Me tornasse um digno
Filho abençoado.
Eu me abraçaria a ela
Como um louco apaixonado
E rezaria ao Criador
Me tornasse um digno
Filho abençoado.
Que belo seria seu rosto,
Cor do mar ou cor do céu.
Cor do mar ou cor do céu.
Bendito seria o ventre,
Inesgotável fonte
De toda a beleza que nasceu…
Inesgotável fonte
De toda a beleza que nasceu…
Berlim, 29 de Junho de 2016
01h06m
01h06m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Joaquim Luís Mendes Gomes
Em memória do camarada Mário Sasso
Poema
Em memória do Alferes Sasso,
meu camarada alferes, na guerra da Guiné
Em memória do Alferes Sasso,
meu camarada alferes, na guerra da Guiné
Estou a ver-te,
no regresso:
Alto, esguio,
óculos escuros.
Fato claro, de corte fino.
Tão vaidoso,
pelas tardinhas de Domingo,
calçada velha acima,
até ao quartel
da velha Évora.
De braço dado,
num corpo só,
com tua moça,
formosa companheira,
boa,
das noitadas do fado,
castiço,
de Lisboa...
de ambos vossa amante.
Que encanto!
no regresso:
Alto, esguio,
óculos escuros.
Fato claro, de corte fino.
Tão vaidoso,
pelas tardinhas de Domingo,
calçada velha acima,
até ao quartel
da velha Évora.
De braço dado,
num corpo só,
com tua moça,
formosa companheira,
boa,
das noitadas do fado,
castiço,
de Lisboa...
de ambos vossa amante.
Que encanto!
Parecíeis mesmo
um casal americano,
tranquilo e tão ufano,
pelo meio do casario branco,
do coração alentejano!...
um casal americano,
tranquilo e tão ufano,
pelo meio do casario branco,
do coração alentejano!...
Que alegria!...
Que vontade de viver
de ti transparecia
pela semana inteira,
de olhos presos
à tua amada!...
Que vontade de viver
de ti transparecia
pela semana inteira,
de olhos presos
à tua amada!...
Eras sempre o primeiro:
nas paradas,
secas, militares
e nos crosses atletas,
sem parar,
pelas estradas ermas,
e sem fim,
de sobreiros tristes,
através dos montes
do Alentejo...
nas paradas,
secas, militares
e nos crosses atletas,
sem parar,
pelas estradas ermas,
e sem fim,
de sobreiros tristes,
através dos montes
do Alentejo...
Nos desafios permanentes,
pronto e voluntário,
prós exercícios
mais malucos....
Que pavor!...
da maluqueira militar.
pronto e voluntário,
prós exercícios
mais malucos....
Que pavor!...
da maluqueira militar.
Ora endiabrado trepador
daquele palanque,
alto e estreito,
de cimento...
ora dependurado,
na vertigem alucinante
da corda e da roldana...
daquele palanque,
alto e estreito,
de cimento...
ora dependurado,
na vertigem alucinante
da corda e da roldana...
Nas caminhadas nocturnas,
por aquele mundo,
de eremitério,
prás emboscadas perdidas,
nas veredas, ao luar,
prós golpes de mão,
temerosos, traiçoeiros,
mesmo a fingir,
tu levavas tão a sério...
por aquele mundo,
de eremitério,
prás emboscadas perdidas,
nas veredas, ao luar,
prós golpes de mão,
temerosos, traiçoeiros,
mesmo a fingir,
tu levavas tão a sério...
Que exemplo vivo,
de vontade louca
de viver
o dia a dia,
tu me deste,
sem saberes!...
de vontade louca
de viver
o dia a dia,
tu me deste,
sem saberes!...
Quiseram as sortes
pra ti malvadas,
levar-nos a todos,
p'rá Guiné!...
pra ti malvadas,
levar-nos a todos,
p'rá Guiné!...
Que romaria e arraial
havia sempre
à tua beira!...
Com a viola e o acordeão!
havia sempre
à tua beira!...
Com a viola e o acordeão!
Tua voz rouca,
bem timbrada,
a retinir,
os fados todos
de Lisboa,
tão saudosa...
fazia dó!
Encantadora companheira
nas noitadas solitárias,
do Cachil e Catió...
bem timbrada,
a retinir,
os fados todos
de Lisboa,
tão saudosa...
fazia dó!
Encantadora companheira
nas noitadas solitárias,
do Cachil e Catió...
Como lembro
tuas horas de desespero,
que vivias,
tão sincero,
em filosofia permanente,
à procura do sentido
da nossa dor,
e nossa vida, sobre a terra...
tuas horas de desespero,
que vivias,
tão sincero,
em filosofia permanente,
à procura do sentido
da nossa dor,
e nossa vida, sobre a terra...
Que sentidos
desabafos me fizeste,
nas vésperas
da tua hora derradeira,
tão a sós,
em noitada de cavaqueira,
tão fraterna,
num duelo filosófico
e porfia verdadeira...
olhos presos,
bem abertos,
às belezas de paraíso,
das escravizadas terras africanas
e ao futuro da vida
que tanto amavas!...
desabafos me fizeste,
nas vésperas
da tua hora derradeira,
tão a sós,
em noitada de cavaqueira,
tão fraterna,
num duelo filosófico
e porfia verdadeira...
olhos presos,
bem abertos,
às belezas de paraíso,
das escravizadas terras africanas
e ao futuro da vida
que tanto amavas!...
Como suspiravas
encontrar
o caminho certo,
iluminado
do viver...
encontrar
o caminho certo,
iluminado
do viver...
Eis que
no alvorecer duma aurora,
de suave e fresca neblina,
quando o sol
nascia em liberdade,
a oferecer mais um dia
ao mundo
e à desavinda humanidade,
no alvorecer duma aurora,
de suave e fresca neblina,
quando o sol
nascia em liberdade,
a oferecer mais um dia
ao mundo
e à desavinda humanidade,
depois duma noite,
sem sentido,
inteirinha
a caminhar,
por entre matas densas
das terras de Dar es Salam...
adormeceste,
para sempre,
como herói...
no regaço
dos teus irmãos,
ali ao pé!...
sem sentido,
inteirinha
a caminhar,
por entre matas densas
das terras de Dar es Salam...
adormeceste,
para sempre,
como herói...
no regaço
dos teus irmãos,
ali ao pé!...
Nunca mais te esqueceremos!...
Ó eterno amigo,
Ó companheiro
Sempre nosso!...
Ó eterno amigo,
Ó companheiro
Sempre nosso!...
Até à vista!
Querido Sasso!...
Querido Sasso!...
não tenho o tempo...
Falta-me tempo...
Falta-me tempo
para ver aonde chega
este mundo babilónico.
Se despiu dos valores sagrados
da ética humana.
Sua estrutura forte
se inverteu.
Vale só o vil metal
que é um símbolo.
Não conta o ser humano
Que é o valor supremo.
A cotação das bolsas
é a única medida
a ditar a sorte.
O que seria um fim
tornou-se um meio.
Só serve enquanto presta.
E a lei geral o poder a dita
como lhe convem.
Assim, não!
Prefiro o fim...
Berlim, 28 de Junho de 2016
15h59m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Falta-me tempo
para ver aonde chega
este mundo babilónico.
Se despiu dos valores sagrados
da ética humana.
Sua estrutura forte
se inverteu.
Vale só o vil metal
que é um símbolo.
Não conta o ser humano
Que é o valor supremo.
A cotação das bolsas
é a única medida
a ditar a sorte.
O que seria um fim
tornou-se um meio.
Só serve enquanto presta.
E a lei geral o poder a dita
como lhe convem.
Assim, não!
Prefiro o fim...
Berlim, 28 de Junho de 2016
15h59m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
por entre as nuvens que passam
Por entre as nuvens que correm...
Por entre as nuvens que correm,
Há-de passar um raio de sol.
Há um poema escondido.
No meio de tanto negrume,
Preciso de luz para o ver.
Por mais força que faça,
Corra lá o que correr,
Mais vale esperar que amanheça
E ver o sol a nascer.
Nada vem por acaso.
A mente é um relógio escondido
Que não precisa de corda.
Só se lhe vêem as horas
Quando o sol lhe bater.
Fluem as águas do rio,
Faça o tempo que for.
Pescar é tempo perdido
Se não vai um cardume a passar...
Berlim, 28 de Junho de 2016
11h47m
dia incerto de sol
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Por entre as nuvens que correm,
Há-de passar um raio de sol.
Há um poema escondido.
No meio de tanto negrume,
Preciso de luz para o ver.
Por mais força que faça,
Corra lá o que correr,
Mais vale esperar que amanheça
E ver o sol a nascer.
Nada vem por acaso.
A mente é um relógio escondido
Que não precisa de corda.
Só se lhe vêem as horas
Quando o sol lhe bater.
Fluem as águas do rio,
Faça o tempo que for.
Pescar é tempo perdido
Se não vai um cardume a passar...
Berlim, 28 de Junho de 2016
11h47m
dia incerto de sol
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
segunda-feira, 27 de junho de 2016
varanda dos espíritos
Varanda dos espíritos…
Pela madrugada alta,
Se entretêm bailando,
À luz do luar.
Se entretêm bailando,
À luz do luar.
Desafiando incautos,
Com suas baladas.
Seduzem de encanto.
Querem levá-los.
Com suas baladas.
Seduzem de encanto.
Querem levá-los.
Há sempre quem caia.
Ficam vogando,
Almas penadas.
Ficam vogando,
Almas penadas.
Se entranham nas mentes,
Carentes…
Tão esfomeadas.
Semeiam o mal.
Enganam o mundo.
Miragens de verde,
No deserto da vida.
Há sempre quem vá,
Cantiga de fadas.
Fácil riqueza.
Não presta para nada.
Carentes…
Tão esfomeadas.
Semeiam o mal.
Enganam o mundo.
Miragens de verde,
No deserto da vida.
Há sempre quem vá,
Cantiga de fadas.
Fácil riqueza.
Não presta para nada.
Ouvindo Frei Hermano da Câmara
Berlin, 28 de Junho de 2015
22h42m
Joaquim Luís Mendes Gomes
22h42m
Joaquim Luís Mendes Gomes
segredos dos mares
São tantos...
os segredos do mar
Como areias são tantos.
Ninguém pode contar
os segredos do mar.
Tantas cavernas,
sem luz,
montanhas e vales,
Povoados de seres,
sem regras nem leis,
que vivem em paz,
expostos ao sol.
Têm formas e cores,
não lembraria a ninguém.
Inspiram arquitetos,
alimentam doutores,
enchem os livros
com tantos saberes.
Não sabem das horas,
não contam o tempo.
Se sentem tão bem,
têm tudo de graça.
Não traçam fronteiras.
Sem armas nem guerras,
tudo resolvem a bem.
Não precisam de arados
nem de aviões a voar.
Tanta caravela à vela
e paquetes gigantes
se atrevem em cima,
não lhes pedem licença.
De vez em quando,
há mais um
que lhes rouba um lugar...
Berlim, 27 de Junho de 2016
9h22m
dia de sol
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
.
os segredos do mar
Como areias são tantos.
Ninguém pode contar
os segredos do mar.
Tantas cavernas,
sem luz,
montanhas e vales,
Povoados de seres,
sem regras nem leis,
que vivem em paz,
expostos ao sol.
Têm formas e cores,
não lembraria a ninguém.
Inspiram arquitetos,
alimentam doutores,
enchem os livros
com tantos saberes.
Não sabem das horas,
não contam o tempo.
Se sentem tão bem,
têm tudo de graça.
Não traçam fronteiras.
Sem armas nem guerras,
tudo resolvem a bem.
Não precisam de arados
nem de aviões a voar.
Tanta caravela à vela
e paquetes gigantes
se atrevem em cima,
não lhes pedem licença.
De vez em quando,
há mais um
que lhes rouba um lugar...
Berlim, 27 de Junho de 2016
9h22m
dia de sol
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
.
domingo, 26 de junho de 2016
segredos do mar
segredos do mar...
quem quer saber os segredos do mar?...
só os búzios ao sol,
sabem contar.
só os búzios ao sol,
sabem contar.
venham ouvi-los,
ao pé dos rochedos.
ao pé dos rochedos.
chegam nas ondas,
dos fundos do mar.
dos fundos do mar.
quero saber o que se passa em segredo.
no seio das ondas,
nas profundezas sem fim.
no seio das ondas,
nas profundezas sem fim.
cavernas tão fundas,
com estrelas de mar.
com estrelas de mar.
folguedos e bailes,
à luz do luar.
à luz do luar.
com sereias ocultas,
fugidas da terra.
cumprem as penas
de tanto amarem...
príncipes encantados,
as viram fugir...
fugidas da terra.
cumprem as penas
de tanto amarem...
príncipes encantados,
as viram fugir...
Bar dos motocas, em Berlim, 27 e junho de 2014
10h dia com sol
10h dia com sol
Joaquim Luís Mendes Gomes
bar da Fnac
Bar da Fnac, Forum de Almada14/10/12
Neste espaço sombrio,
com muito barulho,
me sento a escrever.
Seja o que for,
ficará aqui
para depois relembrar.
com muito barulho,
me sento a escrever.
Seja o que for,
ficará aqui
para depois relembrar.
Uma multidão anda por aí,
de carteira na mão,
a consumir.
Seja o que for.
Parece um dever.
Se não...fica-se mal.
de carteira na mão,
a consumir.
Seja o que for.
Parece um dever.
Se não...fica-se mal.
se eu não voltar...
Se eu não voltar...
Não quero que esqueças.
Tudo floriu na minha vida.
Tudo despertou como em nascimento.
Verdejou o mar e se azulou a terra.
Tudo floriu na minha vida.
Tudo despertou como em nascimento.
Verdejou o mar e se azulou a terra.
Se afogaram minhas tristezas
E o sonho voltou a abrir,
Tocha acesa.
E o sonho voltou a abrir,
Tocha acesa.
Se perfumou o chão
onde punha minhas pégadas.
Ficou parado no infinito
o comboio negro da madrugada.
onde punha minhas pégadas.
Ficou parado no infinito
o comboio negro da madrugada.
Minhas manhãs serenas
renasceram vivas
com o sol a nascer.
renasceram vivas
com o sol a nascer.
Se apagaram todas as malquerenças
e a bondade como rainha
reina em mim,
terra fértil como a saudade...
e a bondade como rainha
reina em mim,
terra fértil como a saudade...
ouvindo a Raposódia nº 2 de Lizt
Berlim, 26 de Junho de 2016
14h
14h
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Joaquim Luís Mendes Gomes
sábado, 25 de junho de 2016
aquelas mesinhas parcas...
Aquelas mesinhas parcas
Que se desciam no comboio
frente à barriga,
mesmo pequenas,
davam para tudo.
Para poisar um livro.
Escrever uma carta.
Comer o almoço,
jogar às cartas.
Em bom convívio
a dividir por dois.
Se fizeram ao mundo.
Novos tempos.
O computador é rei.
Com internet.
Fones de orelhas.
No isolamento.
Sem ver ninguém.
Como entra sai.
Coitadas delas.
Já não dão para mais...
Berlim, 25 de Junho de 2016
15h49m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Que se desciam no comboio
frente à barriga,
mesmo pequenas,
davam para tudo.
Para poisar um livro.
Escrever uma carta.
Comer o almoço,
jogar às cartas.
Em bom convívio
a dividir por dois.
Se fizeram ao mundo.
Novos tempos.
O computador é rei.
Com internet.
Fones de orelhas.
No isolamento.
Sem ver ninguém.
Como entra sai.
Coitadas delas.
Já não dão para mais...
Berlim, 25 de Junho de 2016
15h49m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
na minha infância
Na minha infância,
pelas tardinhas
no mês de Junho,
fazia calor.
E as andorinhas,
num corropio,
voavam rentes,
ccmo cardumes,
ao pé do chão.
pelas tardinhas
no mês de Junho,
fazia calor.
E as andorinhas,
num corropio,
voavam rentes,
ccmo cardumes,
ao pé do chão.
O badalar das noras,
trazia do fundo,
cataratas de água,
faziam rios,
nos pés do milho
e trigais em flor.
trazia do fundo,
cataratas de água,
faziam rios,
nos pés do milho
e trigais em flor.
havia noitadas,
balões subindo.
cascatas de musgo
em honra do Santo.
- "um tostãozinho pró São João!
balões subindo.
cascatas de musgo
em honra do Santo.
- "um tostãozinho pró São João!
Que felizes éramos,
Como nunca maia...
Como nunca maia...
Berlim, 25 de Junho de 2016
15h12m
15h12m
era lindo de se ver
Era lindo ver...
aquele comboio pequenino
que corria junto ao Vouga.
cortando montes.
descendo vales.
cruzando as pontes
com tantos arcos
reflectidos nas águas puras
que o rio tem.
Uma viagem era um banho
de verdura e perfume de florestas.
Solitário, ia e vinha.
Desde Viseu até ao mar.
Que foi feito daquele trem,
nunca fez mal, senão bem...
Porque roubaram àquelas gentes
seu direito de sonhar,
enquanto o comboio
ia e vinha,
de Viseu até ao mar?
Berlim, 25 de Junho de 2016
10h26m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
aquele comboio pequenino
que corria junto ao Vouga.
cortando montes.
descendo vales.
cruzando as pontes
com tantos arcos
reflectidos nas águas puras
que o rio tem.
Uma viagem era um banho
de verdura e perfume de florestas.
Solitário, ia e vinha.
Desde Viseu até ao mar.
Que foi feito daquele trem,
nunca fez mal, senão bem...
Porque roubaram àquelas gentes
seu direito de sonhar,
enquanto o comboio
ia e vinha,
de Viseu até ao mar?
Berlim, 25 de Junho de 2016
10h26m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
sexta-feira, 24 de junho de 2016
à preesa
À pressa…
Tudo vem justo,
No seu tempo certo.
No seu tempo certo.
Na sua marcha,
Vai inquieto o rio.
Vai inquieto o rio.
Ora se espraia.
Em sinuosa praia.
Até parece mar.
Em sinuosa praia.
Até parece mar.
Ora se esboroa,
Em catadupa extrema.
Em catadupa extrema.
Um gato assanhado.
De garras tão hirtas.
Esparzindo espuma.
De garras tão hirtas.
Esparzindo espuma.
Ora sereno,
Uma serpente arguta.
Esperando a presa.
Uma serpente arguta.
Esperando a presa.
Segue incessante.
Suas águas em cima,
Parecem paradas.
No fundo, a torrente avança.
Parecem paradas.
No fundo, a torrente avança.
E aquele cortejo rico,
De tantas vidas de prata.
São os seus cardumes.
De tantas vidas de prata.
São os seus cardumes.
Suas margens verdes
Vêm à janela,
Estendem suas rendas,
Como se fossem colchas.
Vêm à janela,
Estendem suas rendas,
Como se fossem colchas.
As almas penadas,
Que vagueiam perdidas,
Vêm lavar-se nele,
Pelo luar de branco,
Nas horas a fio,
Das madrugadas.
Que vagueiam perdidas,
Vêm lavar-se nele,
Pelo luar de branco,
Nas horas a fio,
Das madrugadas.
E o nevoeiro dormente
Nas manhãs de estio,
Cobre-o alvinitente,
Como se fosse lã.
Nas manhãs de estio,
Cobre-o alvinitente,
Como se fosse lã.
As aldeias jazentes,
Pela encosta abaixo,
Cosem-no de pontes,
Como se fossem um fio.
Pela encosta abaixo,
Cosem-no de pontes,
Como se fossem um fio.
E ao cair do dia,
Quando o sol se deita,
Qual comboio lento,
Entra tão sedento,
Como um filho esperado,
Que não se via há tanto,
Vai abraçar-se ao mar…
Quando o sol se deita,
Qual comboio lento,
Entra tão sedento,
Como um filho esperado,
Que não se via há tanto,
Vai abraçar-se ao mar…
Ouvindo Lang Lang
Berlim, 25 de Junho de 2014
5h46m
Joaquim Luís Mendes Gomes
5h46m
Joaquim Luís Mendes Gomes
quinta-feira, 23 de junho de 2016
comboios da minha aldeia
OS COMBOIOS DA MINHA ALDEIA…
Volta e meia,
Na minha aldeia,
Soprava, forte,
O vento norte.
Se se ouvia
Ao longe,
Plangente,
O silvo, agudo,
De Fareja…
UH!…UH!…
UH!…UH!…
Ao longe,
Plangente,
O silvo, agudo,
De Fareja…
UH!…UH!…
UH!…UH!…
Era certo
e bem sabido:
e bem sabido:
São Jerónimo e
Santa Bárbara
Nos proteja
Do comboio
de Fareja!…
Santa Bárbara
Nos proteja
Do comboio
de Fareja!…
Lá vai, cansado,
De Trofa a Fafe,
Carregadinho
De muita chuva,
Muito frio
E trovoada!
De Trofa a Fafe,
Carregadinho
De muita chuva,
Muito frio
E trovoada!
São Jerónimo!
Santa Bárbara!
Santa Bárbara!
Na minha aldeia,
Volta e meia,
Soprava, morno,
O vento sul.
Volta e meia,
Soprava, morno,
O vento sul.
Se se ouvia,
Lá, debaixo,
E longe,
Um silvo, terno
De Caíde,
Com fragor…
Lá, debaixo,
E longe,
Um silvo, terno
De Caíde,
Com fragor…
HIH!…HIH!…
HIH!…HIH!…
HIH!…HIH!…
Bendito seja
O Criador!…
O Criador!…
Vamos ter
Bom tempo
e São Miguel!…
Bom tempo
e São Miguel!…
Muito sol,
Na Póvoa!…
Muito grão,
Na loja
E bom vinho,
No tonel!…
Na Póvoa!…
Muito grão,
Na loja
E bom vinho,
No tonel!…
É o comboio,
Afoito,
Que vem lá da Régua,
Junto ao Douro.
Afoito,
Que vem lá da Régua,
Junto ao Douro.
Vem consolado,
De barriga cheia,
De pão e vinho!…
De barriga cheia,
De pão e vinho!…
quarta-feira, 22 de junho de 2016
do rescaldo
Do rescaldo...
Do rescaldo das cinzas,
se esquece a dor
e renasce a esperança e a vida.
Dos escombros da guerra
nem tudo se perde.
Temperada da dor,
renasce a união entre os povos,
na sementeira da paz.
Depois da derrota,
quando se lutou com ardor,
mais perto e segura
ficará a vitória,
se se tentar outra vez.
Só quem perdeu,
como ninguém,
saboreia o valor da vitória.
Berlim, 23 de Junho de 2016
9h54m
dia quente de sol
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Do rescaldo das cinzas,
se esquece a dor
e renasce a esperança e a vida.
Dos escombros da guerra
nem tudo se perde.
Temperada da dor,
renasce a união entre os povos,
na sementeira da paz.
Depois da derrota,
quando se lutou com ardor,
mais perto e segura
ficará a vitória,
se se tentar outra vez.
Só quem perdeu,
como ninguém,
saboreia o valor da vitória.
Berlim, 23 de Junho de 2016
9h54m
dia quente de sol
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
miserável natureza...
Miserável natureza...
Miserável a natureza
em que iguais matam os seus iguais,
com fome e guerra.
Terrível era a nossa
em que o mal impera.
Que pequenino o mundo
em que o rico é pobre
e também morre.
Para quê o mal,
se a vida é curta
e é só uma?...
Berlim, 22 de Junho de 2016
11h20m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Miserável a natureza
em que iguais matam os seus iguais,
com fome e guerra.
Terrível era a nossa
em que o mal impera.
Que pequenino o mundo
em que o rico é pobre
e também morre.
Para quê o mal,
se a vida é curta
e é só uma?...
Berlim, 22 de Junho de 2016
11h20m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
escaparates
Escaparates
Vem dos primórdios,
o expediente dos escaparates.
Tentam os olhos,
Não um que escape.
"Há vinho à venda"...
diz o loureiro à porta.
Lá vai um copo,
depois um petisco
e, na conversa,
vai a garrafa.
E aquela serpente,
tão insinuante,
presa à parede.
É só disfarce.
Cura de tudo.
Às vezes, mata.
E, já na vila.
Vidraças largas.
Tamanho de portas.
Que tentação!
Vestidos lindos,
Fatos bem feitos,
São tão a sério,
Em seda ou linho,
Vestem bonecos.
Calçado às cores,
espalhados à vista.
Todo o tamanho.
Que bem que ficavam.
Oxalá o padrinho ou o noivo
Também goste deles.
E aquelas argolas grossas,
Em ferro forjado,
cravadas na pedra
Que pendem no talho,
No dia da feira.
Grandes azêmolas!
Medonhos pedaços
De carne exposta.
E, no recanto à frente,
ao pé da porta,
a senhora Emilinha vende,
em tabuleiros vastos.
Têm de tudo.
Ó que fartura!
De flores e fruta.
Ó que perfume!...
Berlim, 22 de Junho de 2016
9h19m
dia de sol quente
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Vem dos primórdios,
o expediente dos escaparates.
Tentam os olhos,
Não um que escape.
"Há vinho à venda"...
diz o loureiro à porta.
Lá vai um copo,
depois um petisco
e, na conversa,
vai a garrafa.
E aquela serpente,
tão insinuante,
presa à parede.
É só disfarce.
Cura de tudo.
Às vezes, mata.
E, já na vila.
Vidraças largas.
Tamanho de portas.
Que tentação!
Vestidos lindos,
Fatos bem feitos,
São tão a sério,
Em seda ou linho,
Vestem bonecos.
Calçado às cores,
espalhados à vista.
Todo o tamanho.
Que bem que ficavam.
Oxalá o padrinho ou o noivo
Também goste deles.
E aquelas argolas grossas,
Em ferro forjado,
cravadas na pedra
Que pendem no talho,
No dia da feira.
Grandes azêmolas!
Medonhos pedaços
De carne exposta.
E, no recanto à frente,
ao pé da porta,
a senhora Emilinha vende,
em tabuleiros vastos.
Têm de tudo.
Ó que fartura!
De flores e fruta.
Ó que perfume!...
Berlim, 22 de Junho de 2016
9h19m
dia de sol quente
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
terça-feira, 21 de junho de 2016
das cordas dum violino
Das cordas dum violino...
Quando a tristeza me visita,
vou junto do mar pedir ajuda,
aquele santuário vasto e majestoso
que tudo afoga,
até os males...
Eficaz seu exorcismo,
me lava a alma
e volto leve,
sem aquelas pesadas penas
que não me deixavam voar.
Ou então, chamo a divina arte
do piano e violino.
Me invade a alma
com seus eflúvios etéreos
e tão fecundos.
Como a luz do sol,
vencendo a noite,
de dia, ilumina o mundo,
a alegria renasce
e minha vida incolor,
de cores se veste...
ouvindo David Hope "Salut d'amour"
amanhecer cinzento
Berlim, 21 de Junho de 2016
9h19m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Quando a tristeza me visita,
vou junto do mar pedir ajuda,
aquele santuário vasto e majestoso
que tudo afoga,
até os males...
Eficaz seu exorcismo,
me lava a alma
e volto leve,
sem aquelas pesadas penas
que não me deixavam voar.
Ou então, chamo a divina arte
do piano e violino.
Me invade a alma
com seus eflúvios etéreos
e tão fecundos.
Como a luz do sol,
vencendo a noite,
de dia, ilumina o mundo,
a alegria renasce
e minha vida incolor,
de cores se veste...
ouvindo David Hope "Salut d'amour"
amanhecer cinzento
Berlim, 21 de Junho de 2016
9h19m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
segunda-feira, 20 de junho de 2016
atrevimento...
Atrevimento…
Ousar vencer exige sempre atrevimento.
Algum risco e sempre o esforço
Que é contra a letargia.
Ousar vencer exige sempre atrevimento.
Algum risco e sempre o esforço
Que é contra a letargia.
Aquela tendência inata
De se quedar quieto,
Preso ao chão
Para não cair ou magoar
É sinal abúlico
Que não leva a nada.
Arregaçar as mangas,
Desabotoar camisas,
Mesmo que escandalize os puros,
É condição de atingir os cumes.
Os vermes são vegetais.
Devorar o alheio,
Sem contribuir,
É o seu perfil.
Mais valem as feras
Que arriscam tudo,
Até a vida,
Para só viverem…
Berlim, 20 de Junho de 2016
8h32m
Dia de sol, fresco
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
De se quedar quieto,
Preso ao chão
Para não cair ou magoar
É sinal abúlico
Que não leva a nada.
Arregaçar as mangas,
Desabotoar camisas,
Mesmo que escandalize os puros,
É condição de atingir os cumes.
Os vermes são vegetais.
Devorar o alheio,
Sem contribuir,
É o seu perfil.
Mais valem as feras
Que arriscam tudo,
Até a vida,
Para só viverem…
Berlim, 20 de Junho de 2016
8h32m
Dia de sol, fresco
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
domingo, 19 de junho de 2016
sala de espera...
Sala de Espera…
do Urologista
do Urologista
Foram chegando,
Pelo sobe e desce
Do elevador.
Pelo sobe e desce
Do elevador.
Sorumbáticos.
Vêm calados.
Ambos os sexos.
Gente madura.
A maior parte.
Vêm calados.
Ambos os sexos.
Gente madura.
A maior parte.
Uns vêm sozinhos
E outros já não.
E outros já não.
E, de repente,
À roda da sala.
Tão irmanados,
Todos em guerra,
Falam da próstata,
Dos genitais,
Com um tal à-vontade!…
À roda da sala.
Tão irmanados,
Todos em guerra,
Falam da próstata,
Dos genitais,
Com um tal à-vontade!…
Uns, ‘inda a tempo.
Para outros, já não.
Muita abertura,
Sei lá de que mais.
Para outros, já não.
Muita abertura,
Sei lá de que mais.
Partidas da vida,
Bem se escusavam,
Ninguém avisou...
Bem se escusavam,
Ninguém avisou...
Nunca pensaram,
Tempos de outono
Que pouca sorte...
Tempos de outono
Que pouca sorte...
Esperança não falta.
A luta é feroz,
Por isso ali estão,
Pela mão do doutor,
Contra o maligno…
A luta é feroz,
Por isso ali estão,
Pela mão do doutor,
Contra o maligno…
Ri-se dos fracos,
Não escolhe o ladrão.
É um mal-feitor,
Amigo da morte.
Não escolhe o ladrão.
É um mal-feitor,
Amigo da morte.
Válega, 19 de Junho de 2012
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
cabeça de parafuso
Cabeça de parafuso...
O parafuso dá voltas e mais voltas à cabeça
para chegar até ao fundo.
E só assim fica bem firme.
E para largar,
Só com as mesmas voltas
Ao invés.
O prego não.
Espeta fundo,
Sem resistência,
Mas larga a presa
Com pouco esforço.
Assim, na vida.
Para vencer
É preciso esforço.
Só tem sabor
O que custa a ter.
O que chega grátis
O vento leva.
Com pouco e bom
Eu me governo...
Berlim, 19 de Junho de 2016
9h23m
dia de sol, mas duvidoso
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
O parafuso dá voltas e mais voltas à cabeça
para chegar até ao fundo.
E só assim fica bem firme.
E para largar,
Só com as mesmas voltas
Ao invés.
O prego não.
Espeta fundo,
Sem resistência,
Mas larga a presa
Com pouco esforço.
Assim, na vida.
Para vencer
É preciso esforço.
Só tem sabor
O que custa a ter.
O que chega grátis
O vento leva.
Com pouco e bom
Eu me governo...
Berlim, 19 de Junho de 2016
9h23m
dia de sol, mas duvidoso
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
sábado, 18 de junho de 2016
hino à vida
Hino à vida
Viandantes e caminheiros,
Fomos postos neste mundo imenso.
Temos de viandar.
Por vales, serras e mares.
Viandantes e caminheiros,
Fomos postos neste mundo imenso.
Temos de viandar.
Por vales, serras e mares.
É nossa sina. Temos fome de chegar.
Parar no mesmo sítio,
definharíamos,
seria o nosso fim.
Precisamos de alimento.
Para o corpo
e para o espírito.
A Natureza disseminou na Terra
toda a espécie de alimento.
Temos de andar à sua volta
Se o quisermos alcançar.
Somos como o vento,
que voa de fraga em fraga,
espalhando a semente
das flores.
Cumpre-nos cultivar o chão onde elas caem.
Dêem fruto a cem por um.
Cabe-nos dispersar as trocas
entre os dois hemisférios.
Nosso fim é o equilíbrio e a igualdade.
Como o sol, para banhar a terra,
tem de andar à sua volta.
Só assim, florescerá e reinará a paz...
ouvindo o tema do "Êxodo"
está de cinza o alvorecer
Berlin, 19 de Junho de 2015
6h11m
Joaquim Luís Mendes Gomes
Parar no mesmo sítio,
definharíamos,
seria o nosso fim.
Precisamos de alimento.
Para o corpo
e para o espírito.
A Natureza disseminou na Terra
toda a espécie de alimento.
Temos de andar à sua volta
Se o quisermos alcançar.
Somos como o vento,
que voa de fraga em fraga,
espalhando a semente
das flores.
Cumpre-nos cultivar o chão onde elas caem.
Dêem fruto a cem por um.
Cabe-nos dispersar as trocas
entre os dois hemisférios.
Nosso fim é o equilíbrio e a igualdade.
Como o sol, para banhar a terra,
tem de andar à sua volta.
Só assim, florescerá e reinará a paz...
ouvindo o tema do "Êxodo"
está de cinza o alvorecer
Berlin, 19 de Junho de 2015
6h11m
Joaquim Luís Mendes Gomes
o pescador...
O Pescador ...
Partiu pálido,
De muito triste,
Cheio de esperança…
De muito triste,
Cheio de esperança…
Passou a barra
E fez-se ao mar.
E fez-se ao mar.
Lá em casa,
Apagou-se o lume.
Acabou-se o pão.
Apagou-se o lume.
Acabou-se o pão.
Havia fome
E um mês inteiro
Que o mar bramia.
E um mês inteiro
Que o mar bramia.
- Hoje há mar!-
Exclamou o mestre,
Cá de fora,
Em plena madrugada.
Cá de fora,
Em plena madrugada.
- Ainda bem que o patrão chegou.
Parecia mesmo adivinhar.
Parecia mesmo adivinhar.
Vestiu as calças,
O camisolão.
Enfiou o gorro.
Olhou para o berço.
Abraçou a Rosa
E partiu contente.
O camisolão.
Enfiou o gorro.
Olhou para o berço.
Abraçou a Rosa
E partiu contente.
- Que Nossa Senhora vos proteja
E traga breve!...
E traga breve!...
- Exclamou a Rosa a soluçar.
De velinha acesa,
A tremeluzir,
nunca apagou.
A tremeluzir,
nunca apagou.
- Avé Maria!...
Não secou os olhos,
Até ele vir...
Até ele vir...
Ovar, 18 de Junho de 2012
11h29m
Joaquim Luís Mendes Gomes
11h29m
Joaquim Luís Mendes Gomes
não calem a toutinegra...
Não calem a toutinegra…
Seu cantar é de encantar.
Dura horas o seu trinado,
Me alegra cada manhã.
Seu cantar é de encantar.
Dura horas o seu trinado,
Me alegra cada manhã.
Se levanta madrugada fora.
Só se cala ao alvorecer.
É tão sonoro o seu solfejo,
Nem apetece eu acordar.
Jlmg
Só se cala ao alvorecer.
É tão sonoro o seu solfejo,
Nem apetece eu acordar.
Jlmg
sexta-feira, 17 de junho de 2016
acordei sonhando...
Acordei sonhando...
Me vi na terra prometida.
Acordei sonhando.
No céu luzia o sol
E bailavam caravelas brancas
Num mar azul.
Era natal.
Havia prendas
Em todas as casas.
Havia festa.
Se ouviam hinos.
Tanta alegria.
E a natureza verde
Se vestia de branco.
Princesa amante
Esperando o Rei.
Acordei.
Fiquei tão triste.
Só eu sei...
chove lá fora
Berlim, 17 de Junho de 2016
9h29m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Me vi na terra prometida.
Acordei sonhando.
No céu luzia o sol
E bailavam caravelas brancas
Num mar azul.
Era natal.
Havia prendas
Em todas as casas.
Havia festa.
Se ouviam hinos.
Tanta alegria.
E a natureza verde
Se vestia de branco.
Princesa amante
Esperando o Rei.
Acordei.
Fiquei tão triste.
Só eu sei...
chove lá fora
Berlim, 17 de Junho de 2016
9h29m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
quarta-feira, 15 de junho de 2016
vem ao longe...
Vem ao longe...
Vem ao longe uma nuvem em bando.
É passarada alegre.
Chilreando em canto.
Suas asitas breves são suas hélices.
Se agitam desenfreadas,
Cortando o ar.
À frente a chefe, altaneira,
Como uma gaivota,
Marcando o ritmo e a rota.
É a invasão da paz.
Vêm de longe,
Sulcando mares,
Cada ano, na hora certa.
As nossas boas vindas!
Assim nasce em festa a Primavera.
dia de sol
Berlim, 16 de Junho de 2016
8h46m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Vem ao longe uma nuvem em bando.
É passarada alegre.
Chilreando em canto.
Suas asitas breves são suas hélices.
Se agitam desenfreadas,
Cortando o ar.
À frente a chefe, altaneira,
Como uma gaivota,
Marcando o ritmo e a rota.
É a invasão da paz.
Vêm de longe,
Sulcando mares,
Cada ano, na hora certa.
As nossas boas vindas!
Assim nasce em festa a Primavera.
dia de sol
Berlim, 16 de Junho de 2016
8h46m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
morte da poesia...
A morte da poesia
Ficaria negro o mundo
mesmo brilhando o sol.
mesmo brilhando o sol.
Seria um mar profundo,
sem peixes nem algas verdes.
sem peixes nem algas verdes.
Seria um céu sem estrelas,
sem lua nem luar.
sem lua nem luar.
Uma seara seca,
sem sementes para semear.
sem sementes para semear.
Lá se ia o sabor da vida,
desde o nascer até ao fim.
desde o nascer até ao fim.
Morreria a alegria
e a vontade de viver.
e a vontade de viver.
Perderiam as cores
todas as telas.
Ficariam de cinza
e natureza morta,
Sem a beleza do sol-pôr.
todas as telas.
Ficariam de cinza
e natureza morta,
Sem a beleza do sol-pôr.
Quem serviriam as ondas do mar,
sem um poeta ou pescador?...
sem um poeta ou pescador?...
Berlin, 16 de Junho de 2015
7h42m
Joaquim Luís Mendes Gomes
7h42m
Joaquim Luís Mendes Gomes
marquês de Pombal
Sebastião José de Carvalho e Melo,
primeiro Conde de Oeiras e Marquês de Pombal (Lisboa, 13 de maio de 1699 – Pombal, 8 de maio de 1782, foi um nobre, diplomata e estadista português.
Foi secretário de Estado do Reino durante o reinado de D. José I (1750-1777), sendo considerado, ainda hoje, uma das figuras mais controversas e carismáticas da História Portuguesa.
primeiro Conde de Oeiras e Marquês de Pombal (Lisboa, 13 de maio de 1699 – Pombal, 8 de maio de 1782, foi um nobre, diplomata e estadista português.
Foi secretário de Estado do Reino durante o reinado de D. José I (1750-1777), sendo considerado, ainda hoje, uma das figuras mais controversas e carismáticas da História Portuguesa.
Representante do despotismo esclarecido em Portugal no século XVIII,
viveu num período da história marcado pelo iluminismo. Iniciou com esse
intuito várias reformas administrativas, económicas e sociais.
Acabou com a escravatura em Portugal Continental a 12 de Fevereiro de 1761 e, na prática, com os autos de fé em Portugal e com a discriminação dos cristãos-novos, apesar de não ter extinguido oficialmente a Inquisição portuguesa, em vigor "de jure" até 1821.
Por outro lado, criou a Real Mesa Censória em 1768, com o objectivo de transferir, na totalidade, para o Estado a fiscalização das obras que se pretendessem publicar ou divulgar no Reino, o que até então estava a cargo do Tribunal do Santo Ofício.
Durante o reinado de D. João V foi embaixador nas cortes do Reino da Grã-Bretanha, em Londres, Inglaterra, e do Sacro Império Romano-Germânico, em Viena, Arquiducado da Áustria.
A sua administração ficou marcada por duas contrariedades célebres:
o primeiro foi o Terramoto de Lisboa de 1755, um desafio que lhe conferiu o papel histórico de renovador arquitectónico da cidade.
Pouco depois, o Processo dos Távoras, uma intriga com consequências dramáticas. Foi um dos principais responsáveis pela expulsão dos jesuítas de Portugal e das suas colónias.
Após a sua morte, na noite de 11 de maio de 1782, o seu cadáver foi conduzido num coche puxado por três parelhas para a igreja do convento de Santo António da vila de Pombal.
Contava o marquês de Pombal 82 anos, quando os seus restos mortais ali foram depositados.
Com o advento das invasões francesas a sua sepultura foi profanada pelos soldados do marechal André Massena.
Em 1856/7, o Marechal Saldanha, seu neto por via materna, trasladou para Lisboa os restos mortais, que foram depositados na ermida das Mercês, onde o Marquês de Pombal fora baptizado e, inclusive, pertencia à irmandade.
Em 1923, passaram definitivamente os restos mortais para a Igreja da Memória, Lisboa, onde se encontram até ao presente.
Acabou com a escravatura em Portugal Continental a 12 de Fevereiro de 1761 e, na prática, com os autos de fé em Portugal e com a discriminação dos cristãos-novos, apesar de não ter extinguido oficialmente a Inquisição portuguesa, em vigor "de jure" até 1821.
Por outro lado, criou a Real Mesa Censória em 1768, com o objectivo de transferir, na totalidade, para o Estado a fiscalização das obras que se pretendessem publicar ou divulgar no Reino, o que até então estava a cargo do Tribunal do Santo Ofício.
Durante o reinado de D. João V foi embaixador nas cortes do Reino da Grã-Bretanha, em Londres, Inglaterra, e do Sacro Império Romano-Germânico, em Viena, Arquiducado da Áustria.
A sua administração ficou marcada por duas contrariedades célebres:
o primeiro foi o Terramoto de Lisboa de 1755, um desafio que lhe conferiu o papel histórico de renovador arquitectónico da cidade.
Pouco depois, o Processo dos Távoras, uma intriga com consequências dramáticas. Foi um dos principais responsáveis pela expulsão dos jesuítas de Portugal e das suas colónias.
Após a sua morte, na noite de 11 de maio de 1782, o seu cadáver foi conduzido num coche puxado por três parelhas para a igreja do convento de Santo António da vila de Pombal.
Contava o marquês de Pombal 82 anos, quando os seus restos mortais ali foram depositados.
Com o advento das invasões francesas a sua sepultura foi profanada pelos soldados do marechal André Massena.
Em 1856/7, o Marechal Saldanha, seu neto por via materna, trasladou para Lisboa os restos mortais, que foram depositados na ermida das Mercês, onde o Marquês de Pombal fora baptizado e, inclusive, pertencia à irmandade.
Em 1923, passaram definitivamente os restos mortais para a Igreja da Memória, Lisboa, onde se encontram até ao presente.
suavemente...
Suavemente...
Sem atropelos nem alvoroços,
Suplanto os ermos.
Percorros os vales.
Trepo encostas
E me alcandoro às alturas.
Vejo por cima, um mar de núvens.
E, por entre as frestas,
Miro a Terra ao fundo,
Dormindo serena e inofensiva.
Me dedico ao belo.
Como um gamo ao pasto
Donde colhe puro,
O seu alimento.
Me espanto ouvindo
O mavioso sibilar do vento,
Pelas encostas
E pelas ravinas.
Me espraio ao sol
Duma praia azul,
Sem ondas
Nem sequer areias.
Me reclino à soberba majestade
Das galáxias,
Engalanadas de colares de estrelas
E duma manta infinda enluarada.
Assisto ao nascer do sol,
Como o príncipe encantado
Que espera a sua virgem.
Fico esperando a hora morta do destino
Que me há-de levar feliz
Para o outro mundo...
ouvindo Heléne Grimaud, tocando Rachmaninov
dia cinzento
Berlim, 15 de Junho de 2016
9h5m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Sem atropelos nem alvoroços,
Suplanto os ermos.
Percorros os vales.
Trepo encostas
E me alcandoro às alturas.
Vejo por cima, um mar de núvens.
E, por entre as frestas,
Miro a Terra ao fundo,
Dormindo serena e inofensiva.
Me dedico ao belo.
Como um gamo ao pasto
Donde colhe puro,
O seu alimento.
Me espanto ouvindo
O mavioso sibilar do vento,
Pelas encostas
E pelas ravinas.
Me espraio ao sol
Duma praia azul,
Sem ondas
Nem sequer areias.
Me reclino à soberba majestade
Das galáxias,
Engalanadas de colares de estrelas
E duma manta infinda enluarada.
Assisto ao nascer do sol,
Como o príncipe encantado
Que espera a sua virgem.
Fico esperando a hora morta do destino
Que me há-de levar feliz
Para o outro mundo...
ouvindo Heléne Grimaud, tocando Rachmaninov
dia cinzento
Berlim, 15 de Junho de 2016
9h5m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
terça-feira, 14 de junho de 2016
que mérito?...
Segundo poema na minha varanda nova
Que mérito?...
Quando soa o toque de criar,
Seja qual for a arte,
Chegam sons,
Chegam cores,
Assomam ideias,
Tão associadas,
Seja qual for a arte,
Chegam sons,
Chegam cores,
Assomam ideias,
Tão associadas,
Vindas donde?...
A gente não sabe.
A gente não sabe.
O peito enche.
Os olhos brilham.
Um calor a arder.
Os olhos brilham.
Um calor a arder.
E o fumo sai.
Depois a chama.
Numa tal torrente.
Depois a chama.
Numa tal torrente.
A nota certa
E o acorde uníssono.
A melodia escorre,
Em ondas suaves.
Enlevando o espírito.
E o acorde uníssono.
A melodia escorre,
Em ondas suaves.
Enlevando o espírito.
A mão se arrasta,
Sulcando sombras,
Colorindo tons,
Num ritmo certo.
Com cor e vida.
Pintando a óleo
Ou a pastel,
Numa tela em branco.
Sulcando sombras,
Colorindo tons,
Num ritmo certo.
Com cor e vida.
Pintando a óleo
Ou a pastel,
Numa tela em branco.
Da alma a arder,
Brotam ideias,
Estavam ocultas,
Estavam gravadas,
Por raios de sol,
Sulcos da chuva
Que a vida arrasta.
Brotam ideias,
Estavam ocultas,
Estavam gravadas,
Por raios de sol,
Sulcos da chuva
Que a vida arrasta.
Sobem à mente,
Um vulcão de lava
Lá das profundezas.
Um vulcão de lava
Lá das profundezas.
Escorrem em versos,
Enchem as folhas,
Todos urdidos.
Enchem as folhas,
Todos urdidos.
Poemas de sonho,
Contos de fadas,
Histórias singelas,
Tão bem contadas
Como ninguém ouviu.
Contos de fadas,
Histórias singelas,
Tão bem contadas
Como ninguém ouviu.
Berlin, 15 de Junho de 2015
16h41m
Joaquim Luís Mendes Gomes
16h41m
Joaquim Luís Mendes Gomes
Toria inovadora sobre o teorema de Pitágoras...
Venham agora os entendidos...e digam de sua justiça.
Esta é uma teoria desenvolvida pelo nosso filho Luís Daniel. Doutorado e Investigador astro-físico pela Universidade de Manchester.
Se afirma ser o desenvolvimento, com salto qualitativo, de tudo que se sabe sobre o teorema de Pitágoras...
Esta é uma teoria desenvolvida pelo nosso filho Luís Daniel. Doutorado e Investigador astro-físico pela Universidade de Manchester.
Se afirma ser o desenvolvimento, com salto qualitativo, de tudo que se sabe sobre o teorema de Pitágoras...
Tudo se encontra devidamente explanado e demonstrado, geométrica e
matemáticamente, num livro seu, acabado de publicar on-line na Amazon.
A partir deste momento, vos assguro. Nada será como dantes.
Nova visão da teoria de Einstein...
Até o pouco que se sabe sobre o enigma escondido há milénios, sobre as pirâmides do Egipto.
Elas condensam em si, muita sabedoria oculta aos olhos da humanidade...e que esta teoria desvenda.
Estas palavras são da minha exclusiva responsabilidade.
Não recebi nenhum mandato do autor para as proferir...
Geometry of the 3D Pythagoras' Theorem [EN] - A film by Luis Teia
The VIDEO "Geometry of the 3D Pythagoras' Theorem" explains how the Pythagoras' Theorem evolves from 1D to 2D and finally to 3D. It shows how every geometric...
A partir deste momento, vos assguro. Nada será como dantes.
Nova visão da teoria de Einstein...
Até o pouco que se sabe sobre o enigma escondido há milénios, sobre as pirâmides do Egipto.
Elas condensam em si, muita sabedoria oculta aos olhos da humanidade...e que esta teoria desvenda.
Estas palavras são da minha exclusiva responsabilidade.
Não recebi nenhum mandato do autor para as proferir...
Geometry of the 3D Pythagoras' Theorem [EN] - A film by Luis Teia
The VIDEO "Geometry of the 3D Pythagoras' Theorem" explains how the Pythagoras' Theorem evolves from 1D to 2D and finally to 3D. It shows how every geometric...
caminhada breve...
Minha caminhada breve...
Começou há tanto
Esta caminhada longa.
Tão branda, suave e luminosa,
Nos primeiros passos.
De segurança, amparo
E calor aceso.
Minha casa era alfobre,
Suave.
Com primavera e verão,
Na hora certa.
De repente, a intempérie tudo levou.
Secou a fonte pura
Donde brotei.
Como um gamito à solta,
Me vi no monte.
Botei meu corpo.
Ouvindo a alma.
Encontrei um brinde.
De cristal em bola.
Ascendi à luz
Que a escola dá.
Ateei a chama viva
Que me acompanhou na vida.
Enxerguei o mundo
Como via o céu.
Regalei a alma.
Favos de mel.
Alguns temores.
Colori a vida.
Brindei vitórias.
E aqui vou sedento,
Neste mar sem fim,
Da poesia...
ouvindo Beethoven, 4º concerto de piano, por Hélène Grimaud
Berlim, 14 de Junho de 2016
10h9m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Começou há tanto
Esta caminhada longa.
Tão branda, suave e luminosa,
Nos primeiros passos.
De segurança, amparo
E calor aceso.
Minha casa era alfobre,
Suave.
Com primavera e verão,
Na hora certa.
De repente, a intempérie tudo levou.
Secou a fonte pura
Donde brotei.
Como um gamito à solta,
Me vi no monte.
Botei meu corpo.
Ouvindo a alma.
Encontrei um brinde.
De cristal em bola.
Ascendi à luz
Que a escola dá.
Ateei a chama viva
Que me acompanhou na vida.
Enxerguei o mundo
Como via o céu.
Regalei a alma.
Favos de mel.
Alguns temores.
Colori a vida.
Brindei vitórias.
E aqui vou sedento,
Neste mar sem fim,
Da poesia...
ouvindo Beethoven, 4º concerto de piano, por Hélène Grimaud
Berlim, 14 de Junho de 2016
10h9m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
não me sinto triste...
Não me sinto triste...
Não me sinto triste,
Nem preocupado.
Não me sinto triste,
Nem preocupado.
Houve sol no céu.
Reverdesceu a esperança.
Nada faltou.
Chegara ao fim
A noite escura.
Temos casa.
Temos carro.
Escrevemos livros,
Cada um, no seu.
Uma árvore forte
Cresceu na horta.
Demos cor a quatro rebentos.
Que mais queríamos?...
- Chegar ao fim
E ganhar o céu...
ouvindo Clayderman ao piano, em "Sons do silêncio"
Berlim, 14 de Junho de 2016
9h7m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Reverdesceu a esperança.
Nada faltou.
Chegara ao fim
A noite escura.
Temos casa.
Temos carro.
Escrevemos livros,
Cada um, no seu.
Uma árvore forte
Cresceu na horta.
Demos cor a quatro rebentos.
Que mais queríamos?...
- Chegar ao fim
E ganhar o céu...
ouvindo Clayderman ao piano, em "Sons do silêncio"
Berlim, 14 de Junho de 2016
9h7m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
segunda-feira, 13 de junho de 2016
mergulhar na poesia...
Mergulhar na poesia…
Saborear o belo no mar da poesia,
Cada hora e cada dia,
É banhar a alma
De amor, de paz e liberdade.
Saborear o belo no mar da poesia,
Cada hora e cada dia,
É banhar a alma
De amor, de paz e liberdade.
É voar no céu
E enxergar do alto
A terra verde e calma,
Em toda a plena formosura.
É saborear perfumes,
Experimentar os odores
Das coisas simples
Que só a beleza exala.
Ouvir as musas que só encantam
No silêncio
E ao luar das madrugadas.
Ver os cisnes albos,
Bailar suavemente,
À flor da água dócil
Dos lagos verdes.
Ouvir o mavioso canto das toutinegras
E o chilrear travesso
Da passarada.
Adormecer sonhando
Que, afinal, o mundo é bom
Porque o mal imundo
Se extinguiu para sempre…
Ouvindo “O lago dos cisnes” de Tchaikovsky
Berlim, 13 de Junho de 2016
9h 12m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
E enxergar do alto
A terra verde e calma,
Em toda a plena formosura.
É saborear perfumes,
Experimentar os odores
Das coisas simples
Que só a beleza exala.
Ouvir as musas que só encantam
No silêncio
E ao luar das madrugadas.
Ver os cisnes albos,
Bailar suavemente,
À flor da água dócil
Dos lagos verdes.
Ouvir o mavioso canto das toutinegras
E o chilrear travesso
Da passarada.
Adormecer sonhando
Que, afinal, o mundo é bom
Porque o mal imundo
Se extinguiu para sempre…
Ouvindo “O lago dos cisnes” de Tchaikovsky
Berlim, 13 de Junho de 2016
9h 12m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
domingo, 12 de junho de 2016
articulações dos ossos...
Minhas articulações...
Entorpecidas, secaram minhas articulações todas.
Varre-me a mente uma letargia,
lânguida e morna.
Me deixo ir nela amorfo.
Quase adormeço e esqueço,
afinal, quem fui.
lânguida e morna.
Me deixo ir nela amorfo.
Quase adormeço e esqueço,
afinal, quem fui.
Toda a gente amada foi.
É o deserto sombrio e frio.
Nem um só cisco seco
de carvalho ou pinho.
É a aridez em força
que me força e esmaga.
É o deserto sombrio e frio.
Nem um só cisco seco
de carvalho ou pinho.
É a aridez em força
que me força e esmaga.
Não consigo reagir.
Como folha morta eu vou
nesta corrente morta
que não me afoga.
Como folha morta eu vou
nesta corrente morta
que não me afoga.
Surjam raios do céu azul.
Desfaçam chuva em cataratas.
Reverdeça este chão sem chão.
Volte a terra húmida
onde as ervas nascem.
Desfaçam chuva em cataratas.
Reverdeça este chão sem chão.
Volte a terra húmida
onde as ervas nascem.
Quero ver outra vez flores
bailando ao vendo
e sorrindo ao sol.
bailando ao vendo
e sorrindo ao sol.
Caia forte a vida em mim.
Me aqueça em fogo
estas articulações artríticas.
Quero voltar, de novo, às maratonas...
Me aqueça em fogo
estas articulações artríticas.
Quero voltar, de novo, às maratonas...
ouvindo Maria Betânia cantado "Sinhora Aparecida"...só Ela...
Berlim, 12 de Junho de 2016
11h27m
11h27m
sábado, 11 de junho de 2016
apesar de tudo, ó mar...
Apesar de tudo,
Te adoro ó mar…
Te adoro ó mar…
Extenso e profundo,
Império de bom e de mau,
Meio mundo é teu.
Império de bom e de mau,
Meio mundo é teu.
Não fechas as portas
A quem te queira passar.
A quem te queira passar.
Seara de ondas,
Batidas do vento,
Arremetes feroz,
Contra a terra silente.
Batidas do vento,
Arremetes feroz,
Contra a terra silente.
Sossegas de paz,
Nas areias da praia.
Nas areias da praia.
Pintas de azul,
O horizonte sem fim.
O horizonte sem fim.
Te perdes de amor,
Com a lua ao luar.
Com a lua ao luar.
Me banho em ti,
Fugindo do sol.
Fugindo do sol.
Brinco contigo,
Fera amansada,
Chapinhando nas ondas.
Fera amansada,
Chapinhando nas ondas.
Me tinges de iodo,
Com pinceladas de brisa.
Com pinceladas de brisa.
Consolas meus olhos
Nas horas sem paz,
Nas horas sem paz,
Tudo fica pequeno,
Olhando para ti.
Olhando para ti.
Berlim, 11 de Junho de 2014
20h35m
Joaquim Luís Mendes Gomes
20h35m
Joaquim Luís Mendes Gomes
os mafiosos de Bilderberg...
Encontro anual dos mafiosos de BILDERBERG que têm vindo a escavacar o
mundo e a ameaçar o seu fim apocalíptico, numa selva onde ninguém se
entende...
Gomes da Silva, CEO da Galp, substitui Fernando Medina nos encontros de Bilderberg. Maria Luís Albuquerque vai sem parceiro do PS e ficam por tirar ilações sobre que planos se fazem para o futuro da política portuguesa
Inês Rapazote
Inês Rapazote
Jornalista
Há ministros da Defesa (da Alemanha, da Dinamarca, das Finanças (da Suécia, da Alemanha, do Canadá, da Irlanda) dos Negócios Estrangeiros (da Noruega) e do Ambiente (da Holanda), presidentes de câmaras (de Rotterdão, na Holanda, e de Le Havre, em França), políticos vários e até dois primeiros-ministros (da Bélgica e da Holanda) e um vice-primeiro-ministro (da Turquia). Além destes, contam-se vários jornalistas (do El País, Le Point, NBC, Finantial Times, Wall Street Journal, The Economist, Bloomberg ou Washington Post), professores universitários, Durão Barroso, Christine Lagarde (FMI) e muitos, muitos empresários.
A cidade alemã de Dresden recebe, a partir desta quinta feira, e até domingo, os encontros de Bilderberg, que conta com um conjunto de personalidades de 20 países, que se reúnem para discutir temas da atualidade. A grande maioria dos 130 participantes vem do velho continente, mas os Estados Unidos, o Canadá e a Turquia também fazem parte do grupo (restrito) que assiste aos encontros de Bilderberg.
Na agenda, estão os temas da atualidade, mas também a China, a Europa (nomeadamente no que se prende com migrações, crescimento, reforma e unidade), o Médio Oriente, a Rússia, política e economia norte-americanas, ciber-segurança, precários e classe média, inovação tecnológica e... geopolítica energética.
Durão Barroso, que no ano passado sucedeu a Francisco Pinto Balsemão no lugar de membro permanente de Bilderberg, convidou, como tem vindo a ser costume, duas figuras do bloco central: uma mais afeta ao PSD, outra mais ligada ao PS, com lugar firmado ou com potencial no mundo da política. Só a título de exemplo, recorde-se que, além de Marcelo Rebelo de Sousa ou Jorge Sampaio (que chegaram a Presidentes da República), passaram pelos encontros primeiros-ministros ou candidatos a esse mesmo cargo duplas como Durão Barroso e Ferro Rodrigues (2003), Santana Lopes e José Sócrates (2004), Rui Rio e António Costa (2008), Paulo Portas e António José Seguro (2013).
Este ano, a escolha (de Durão Barroso) recaiu sobre Maria Luís Albuquerque e Fernando Medina. A primeira, que tem sido apontada como uma das putativas sucessoras de Pedro Passos Coelho, acedeu ao convite e estará presente em Dresden. Já Fernando Medina, que "herdou" de António Costa a presidência da autarquia de Lisboa, teve de declinar o convite, devido às suas obrigações institucionais decorrentes do 10 de junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas (Marcelo Rebelo de Sousa quis celebrar o dia com um desfile militar, na Praça do Comércio).
Para o lugar de Medina, não foi escolhida outra personalidade afeta ao PS, mas antes uma figura ligada ao meio empresarial: o presidente da Galp Energia, Calos Gomes da Silva, o nosso homem da geopolítica energética.
Gomes da Silva, CEO da Galp, substitui Fernando Medina nos encontros de Bilderberg. Maria Luís Albuquerque vai sem parceiro do PS e ficam por tirar ilações sobre que planos se fazem para o futuro da política portuguesa
Inês Rapazote
Inês Rapazote
Jornalista
Há ministros da Defesa (da Alemanha, da Dinamarca, das Finanças (da Suécia, da Alemanha, do Canadá, da Irlanda) dos Negócios Estrangeiros (da Noruega) e do Ambiente (da Holanda), presidentes de câmaras (de Rotterdão, na Holanda, e de Le Havre, em França), políticos vários e até dois primeiros-ministros (da Bélgica e da Holanda) e um vice-primeiro-ministro (da Turquia). Além destes, contam-se vários jornalistas (do El País, Le Point, NBC, Finantial Times, Wall Street Journal, The Economist, Bloomberg ou Washington Post), professores universitários, Durão Barroso, Christine Lagarde (FMI) e muitos, muitos empresários.
A cidade alemã de Dresden recebe, a partir desta quinta feira, e até domingo, os encontros de Bilderberg, que conta com um conjunto de personalidades de 20 países, que se reúnem para discutir temas da atualidade. A grande maioria dos 130 participantes vem do velho continente, mas os Estados Unidos, o Canadá e a Turquia também fazem parte do grupo (restrito) que assiste aos encontros de Bilderberg.
Na agenda, estão os temas da atualidade, mas também a China, a Europa (nomeadamente no que se prende com migrações, crescimento, reforma e unidade), o Médio Oriente, a Rússia, política e economia norte-americanas, ciber-segurança, precários e classe média, inovação tecnológica e... geopolítica energética.
Durão Barroso, que no ano passado sucedeu a Francisco Pinto Balsemão no lugar de membro permanente de Bilderberg, convidou, como tem vindo a ser costume, duas figuras do bloco central: uma mais afeta ao PSD, outra mais ligada ao PS, com lugar firmado ou com potencial no mundo da política. Só a título de exemplo, recorde-se que, além de Marcelo Rebelo de Sousa ou Jorge Sampaio (que chegaram a Presidentes da República), passaram pelos encontros primeiros-ministros ou candidatos a esse mesmo cargo duplas como Durão Barroso e Ferro Rodrigues (2003), Santana Lopes e José Sócrates (2004), Rui Rio e António Costa (2008), Paulo Portas e António José Seguro (2013).
Este ano, a escolha (de Durão Barroso) recaiu sobre Maria Luís Albuquerque e Fernando Medina. A primeira, que tem sido apontada como uma das putativas sucessoras de Pedro Passos Coelho, acedeu ao convite e estará presente em Dresden. Já Fernando Medina, que "herdou" de António Costa a presidência da autarquia de Lisboa, teve de declinar o convite, devido às suas obrigações institucionais decorrentes do 10 de junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas (Marcelo Rebelo de Sousa quis celebrar o dia com um desfile militar, na Praça do Comércio).
Para o lugar de Medina, não foi escolhida outra personalidade afeta ao PS, mas antes uma figura ligada ao meio empresarial: o presidente da Galp Energia, Calos Gomes da Silva, o nosso homem da geopolítica energética.
se de repente...
E, se de repente…
Nada fazia prever.
A mais tórrida clanícula.
Muita vida morta
E tanta, quase a morrer.
Nada fazia prever.
A mais tórrida clanícula.
Muita vida morta
E tanta, quase a morrer.
Uma chuva grossa ,
Esgaçando o céu,
Inundasse o chão,
Apagando o inferno?...
E se um moribundo,
Às portas da morte,
Saltar do catre,
Corre para a estrada
Anunciando ao mundo
Que jamais morre
E adora a vida?...
E, se o mar irado,
Um leão rugindo,
Cavando a cova
Ao barco que pesca,
Com uma fartura a bordo,
Sem tirte nem zuarte,
Como um cordeiro,
Se queda inerte?...
Só por acaso,
Clamará o louco.
Só por milagre,
Proclamará o crente.
Dois olhares diferentes
Para a mesma sorte.
Onde a verdade?…
Berlim, 11 de Junho de 2016
8h28m
Dia de sol
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Esgaçando o céu,
Inundasse o chão,
Apagando o inferno?...
E se um moribundo,
Às portas da morte,
Saltar do catre,
Corre para a estrada
Anunciando ao mundo
Que jamais morre
E adora a vida?...
E, se o mar irado,
Um leão rugindo,
Cavando a cova
Ao barco que pesca,
Com uma fartura a bordo,
Sem tirte nem zuarte,
Como um cordeiro,
Se queda inerte?...
Só por acaso,
Clamará o louco.
Só por milagre,
Proclamará o crente.
Dois olhares diferentes
Para a mesma sorte.
Onde a verdade?…
Berlim, 11 de Junho de 2016
8h28m
Dia de sol
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
cada vez mais largo...
Cada vez mais largo…
À medida que se avança,
É cada vez mais largo o mar,
Cada vez mais nítida a costa,
Até se perder de vista.
À medida que se avança,
É cada vez mais largo o mar,
Cada vez mais nítida a costa,
Até se perder de vista.
Com o continuar dos dias,
Numa relação amiga,
O real da vida emerge,
A sobrenadar nas águas.
Aquelas auras de anjo.
Aqueles sorrisos abertos
Que agradavam tanto,
Se esvaem como nuvem de fumo.
Ficam as formas reais.
Com seu peso certo.
Só segue em frente
O que for verdade.
Só esta flutua.
Numa relação amiga,
O real da vida emerge,
A sobrenadar nas águas.
Aquelas auras de anjo.
Aqueles sorrisos abertos
Que agradavam tanto,
Se esvaem como nuvem de fumo.
Ficam as formas reais.
Com seu peso certo.
Só segue em frente
O que for verdade.
Só esta flutua.
sexta-feira, 10 de junho de 2016
por essa Europa além...
Por essa Europa fora...
Desta varanda estreita,
sobranceira ao mar,
se quero ver o mundo,
abro a porta,
atravesso a Espanha,
gloriosa e árida,
subo aos Pirinéus
e estou em França.
Verde, cercada de mares
e o infinito caminho em chão,
cheio de rios,
oblíquos, longos e transversais,
vales e de castelos,
Vão dos Urais ao oriente.
Me alcandoro nos Himalaias
para lá das nuvens.
Adormeço tranquilo no Tibete.
Desço à Índia onde não há muito,
o grande Gandi
pregou a paz sem guerra.
Vou visitar os meus amigos de Dili,
lá ficaram saudosos.
Há muitos anos.
E, depois, quando voltar,
minha alma cheia,
me estenderei ao sol
à beira do mar...
ouvindo Paco de Lucia
Berlim, 10 de Junho de 2016
9h18m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Desta varanda estreita,
sobranceira ao mar,
se quero ver o mundo,
abro a porta,
atravesso a Espanha,
gloriosa e árida,
subo aos Pirinéus
e estou em França.
Verde, cercada de mares
e o infinito caminho em chão,
cheio de rios,
oblíquos, longos e transversais,
vales e de castelos,
Vão dos Urais ao oriente.
Me alcandoro nos Himalaias
para lá das nuvens.
Adormeço tranquilo no Tibete.
Desço à Índia onde não há muito,
o grande Gandi
pregou a paz sem guerra.
Vou visitar os meus amigos de Dili,
lá ficaram saudosos.
Há muitos anos.
E, depois, quando voltar,
minha alma cheia,
me estenderei ao sol
à beira do mar...
ouvindo Paco de Lucia
Berlim, 10 de Junho de 2016
9h18m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
quinta-feira, 9 de junho de 2016
magia da geometria...
Magia da geometria...
Não sou versado. É pena.
Sinto e pressinto
A omnipresença da geometria
em todas as manifestações da natureza.
Materiais e imateriais.
É sua estrutura e raiz.
É seu corpo e sua alma.
Nas proporções exactas.
Mais que soma de ângulos
É a pirâmide,
Bem elegante e aprumada.
Com suas faces
Nas posições certas,
Desde uma base firme
Ao cume agudo,
Um prumo ao alto.
Dela se parte para todas as formas.
Até da esfera.
A transfiguração total,
Que informa a matéria
Viva e inerte.
Desde o cristal
Ao zimbório supremo duma catedral.
Inimiga figadal do caos.
Tudo nela é o previsível.
Nem mais nem menos.
No ponto exacto.
Dá-me a impressão,
Mera intuição,
De que nela está a chave única
Que abre a porta
Ao conhecimento...
ouvindo Partita nº 2 de Bach, com Argerich ao piano
Berlim, 8 de Junho de 2016
14h33m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Não sou versado. É pena.
Sinto e pressinto
A omnipresença da geometria
em todas as manifestações da natureza.
Materiais e imateriais.
É sua estrutura e raiz.
É seu corpo e sua alma.
Nas proporções exactas.
Mais que soma de ângulos
É a pirâmide,
Bem elegante e aprumada.
Com suas faces
Nas posições certas,
Desde uma base firme
Ao cume agudo,
Um prumo ao alto.
Dela se parte para todas as formas.
Até da esfera.
A transfiguração total,
Que informa a matéria
Viva e inerte.
Desde o cristal
Ao zimbório supremo duma catedral.
Inimiga figadal do caos.
Tudo nela é o previsível.
Nem mais nem menos.
No ponto exacto.
Dá-me a impressão,
Mera intuição,
De que nela está a chave única
Que abre a porta
Ao conhecimento...
ouvindo Partita nº 2 de Bach, com Argerich ao piano
Berlim, 8 de Junho de 2016
14h33m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
quarta-feira, 8 de junho de 2016
bar dos motocas...
Bar dos motocas
Fazem rastos longos as estrelas.
Rasgam sulcos as lágrimas quentes
Nas faces do nosso rosto.
As saudades brotam vivas
Das ausências mais queridas.
Nunca seque em nós
A alegria pura
Das nossas fontes.
Haja saúde e paz
Nas nossas casas,
Agora e sempre...
Bar dos Motocas, arredores de Berlim
Escorrem de verde
as cortinas das árvores
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Fazem rastos longos as estrelas.
Rasgam sulcos as lágrimas quentes
Nas faces do nosso rosto.
As saudades brotam vivas
Das ausências mais queridas.
Nunca seque em nós
A alegria pura
Das nossas fontes.
Haja saúde e paz
Nas nossas casas,
Agora e sempre...
Bar dos Motocas, arredores de Berlim
Escorrem de verde
as cortinas das árvores
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
terça-feira, 7 de junho de 2016
o pescador...
O PESCADOR, AVESSO E SOLITÁRIO
Em cima daquelas pedras,
Cravadas lá ao fundo,
Em cima das salsas ondas,
Feras e teimosas
Do bravio mar profundo,
Está um homem, rico e solitário,
Avesso à loucura cega
Que domina todo o mundo:
Em cima daquelas pedras,
Cravadas lá ao fundo,
Em cima das salsas ondas,
Feras e teimosas
Do bravio mar profundo,
Está um homem, rico e solitário,
Avesso à loucura cega
Que domina todo o mundo:
O chapéu dele é o azul, imenso,
Das alturas do firmamento;
O brando vento é o mensageiro,
Sempre pronto,
Dos milhões de sonhos
Que lhe vão no pensamento;
A solidão daquele mar, ignoto,
É a doce companheira
Que o consola, meiga,
A toda a hora;
Apaga a sede delirante,
Com a frescura divinal
Do perfume inebriante
Da infinita liberdade;
Colhe o pão e o vinho,
Ao sabor de cada instante,
Na seara e no vinhedo,
Madura e sempre verde,
Do oceano ondulante…
Conta o tempo e as horas,
A vida toda,
Em veloz corrida,
Aos seus pés,
Com o vai-vém, sempre certo,
Ao ritmo das marés;
E, no final de cada dia,
Aquele pescador,
Simples e solitário,
Avesso e revoltado
Com o mundo, cego e maluco, atrás de si,
Adormece embalado pelo canto das sereias
Que bailam, enamoradas, pela cortina de luar
Que enche, de divina formosura,
A rosácea infinita do firmamento estrelado!…
Aquele pescador,
Se não és tu…
Sou eu!…
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
Das alturas do firmamento;
O brando vento é o mensageiro,
Sempre pronto,
Dos milhões de sonhos
Que lhe vão no pensamento;
A solidão daquele mar, ignoto,
É a doce companheira
Que o consola, meiga,
A toda a hora;
Apaga a sede delirante,
Com a frescura divinal
Do perfume inebriante
Da infinita liberdade;
Colhe o pão e o vinho,
Ao sabor de cada instante,
Na seara e no vinhedo,
Madura e sempre verde,
Do oceano ondulante…
Conta o tempo e as horas,
A vida toda,
Em veloz corrida,
Aos seus pés,
Com o vai-vém, sempre certo,
Ao ritmo das marés;
E, no final de cada dia,
Aquele pescador,
Simples e solitário,
Avesso e revoltado
Com o mundo, cego e maluco, atrás de si,
Adormece embalado pelo canto das sereias
Que bailam, enamoradas, pela cortina de luar
Que enche, de divina formosura,
A rosácea infinita do firmamento estrelado!…
Aquele pescador,
Se não és tu…
Sou eu!…
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
enxame de palavras...
Enxame de palavras...
Como se de abelhas,
Um enxame ensarilhado
de palavras
poisou no sobrado do meu telhado.
Ali abancou,
sem pedir licença.
Dali esvoaçam em frases longas,
poemas breves,
com mensagens-chave.
As desfio em linha e leio.
Aqui, corta.
Ali, acrescenta.
Aqui adoça,
Ali burila.
Recortes breves
porque já vêm certos.
No final, exponho ao mundo,
A ver se gosta...
Berlim, 7 de Junho de 2016
15h21m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Como se de abelhas,
Um enxame ensarilhado
de palavras
poisou no sobrado do meu telhado.
Ali abancou,
sem pedir licença.
Dali esvoaçam em frases longas,
poemas breves,
com mensagens-chave.
As desfio em linha e leio.
Aqui, corta.
Ali, acrescenta.
Aqui adoça,
Ali burila.
Recortes breves
porque já vêm certos.
No final, exponho ao mundo,
A ver se gosta...
Berlim, 7 de Junho de 2016
15h21m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
minha revolta extrema...
Minha revolta extrema
Houve tempo
em que eu só via parte
do mundo à volta.
em que eu só via parte
do mundo à volta.
Uma teia espessa de preconceitos
me toldava a vista.
me toldava a vista.
Tudo era chuva e enevoado,
um inverno eterno.
A luz do sol só no verão vingava.
um inverno eterno.
A luz do sol só no verão vingava.
Tanta norma cinza
em torniquete
me jugulava os passos.
em torniquete
me jugulava os passos.
Num constante ataque
de prestação de contas.
Como se eu fosse o meu próprio obreiro.
de prestação de contas.
Como se eu fosse o meu próprio obreiro.
Aquilo não. é gula.
Ali é carne
e a tentação do mal...
O banhar à mão,
só em água fria.
A morna, não.
Ali é carne
e a tentação do mal...
O banhar à mão,
só em água fria.
A morna, não.
Ó que escolas vis
a quem serviam?...
a quem serviam?...
Não era a Deus,
nossa fonte
e nossa medida.
nossa fonte
e nossa medida.
Então a quem?
Só há pouco eu sei.
Mas o que passou
não mais volta...
não mais volta...
fome de paz...
fome de paz...
abro as janelas
deixo entrar
a luz e o vento.
deixo entrar
a luz e o vento.
lanço meus sonhos,
aves condor,
com fome do alto.
aves condor,
com fome do alto.
comtemplo as nuvens.
caravelas de luz,
navegando no céu.
caravelas de luz,
navegando no céu.
choram-me os olhos
de encanto e doçura.
de encanto e doçura.
bendigo esta fome constante
de alegria e de paz...
de alegria e de paz...
Berlim, 7 de Junho de 2016
10h21m
10h21m
minha esperança constante...
minha esperança constante...
é chama que arde incandescente
e vigorosa.
é estrada segura que me leva,
seguro e certo.
é sol.
é lua de agosto com luz.
farol a rodar
me acenando presente.
minha escada degrau
que me ergue para o alto.
lhe confio meus passos
neste chão pedregoso
que me sangra os pés.
bendigo as mãos
que ma deram
e acenderam
lá atrás...
Berlim, 7 de Junho de 2016
10h00
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
é chama que arde incandescente
e vigorosa.
é estrada segura que me leva,
seguro e certo.
é sol.
é lua de agosto com luz.
farol a rodar
me acenando presente.
minha escada degrau
que me ergue para o alto.
lhe confio meus passos
neste chão pedregoso
que me sangra os pés.
bendigo as mãos
que ma deram
e acenderam
lá atrás...
Berlim, 7 de Junho de 2016
10h00
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
meu lindo Tejo...
Rio Tejo
grande, forte e vigoroso rio quente
que me banhas e inebrias.
cada hora, cada dia.
és belo.
obra-prima da natureza.
manso e terno.
por vezes, bravo
como o vento.
tu me vês,
para mim olhas,
companheiro.
são dois braços
que me prendem
e me abraçam
tuas margens.
sempre verdes.
vens de longe.
caminhada longa,
desde a serra .
tua pureza
é da fonte onde bebes.
teu desejo,
eu bem sei:
é ver o mar
que desde sempre,
te acolhe e te espera...
ouvindo Barry White
Berlim, 7 de Junho de 2016
a meio caminho...
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
grande, forte e vigoroso rio quente
que me banhas e inebrias.
cada hora, cada dia.
és belo.
obra-prima da natureza.
manso e terno.
por vezes, bravo
como o vento.
tu me vês,
para mim olhas,
companheiro.
são dois braços
que me prendem
e me abraçam
tuas margens.
sempre verdes.
vens de longe.
caminhada longa,
desde a serra .
tua pureza
é da fonte onde bebes.
teu desejo,
eu bem sei:
é ver o mar
que desde sempre,
te acolhe e te espera...
ouvindo Barry White
Berlim, 7 de Junho de 2016
a meio caminho...
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
segunda-feira, 6 de junho de 2016
são raras...
Há vozes assim...
aquela voz potente,
segura e vibrante
que num instante,
se eleva alto a pique...
nos empolga e atrai.
não parece real,
mas é...eu oiço.
tem uma força tal
nos abraça fundo.
e nos conforta.
bem haja...cante...assim..
para todo o sempre...
ouvindo Barry Whife
Berlim, 7 de Junho de 2016
8h36m
lindo dia
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
aquela voz potente,
segura e vibrante
que num instante,
se eleva alto a pique...
nos empolga e atrai.
não parece real,
mas é...eu oiço.
tem uma força tal
nos abraça fundo.
e nos conforta.
bem haja...cante...assim..
para todo o sempre...
ouvindo Barry Whife
Berlim, 7 de Junho de 2016
8h36m
lindo dia
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
ponto morto...
Ponto morto...
Nem demais nem de menos.
Nunca o ponto morto.
Já chega o campo santo.
Onde jaz para sempre
O forte e o fraco.
Só o plano, inerte,
Também não presta.
O equilíbrio mora
No sobe desce.
Por ele se alcandora
À felicidade.
Nem sempre alegre,
Nem sempre triste.
Tudo seja em dose certa.
É quando não há
Que se dá valor.
E, se sobrar,
Há sempre quem esteja à espera.
Fartura a mais
Só traz tristeza.
SEmear a tempo
Para colher à hora...
Berlim, 6 de Junho de 2016
9h10m
dia quente
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Nem demais nem de menos.
Nunca o ponto morto.
Já chega o campo santo.
Onde jaz para sempre
O forte e o fraco.
Só o plano, inerte,
Também não presta.
O equilíbrio mora
No sobe desce.
Por ele se alcandora
À felicidade.
Nem sempre alegre,
Nem sempre triste.
Tudo seja em dose certa.
É quando não há
Que se dá valor.
E, se sobrar,
Há sempre quem esteja à espera.
Fartura a mais
Só traz tristeza.
SEmear a tempo
Para colher à hora...
Berlim, 6 de Junho de 2016
9h10m
dia quente
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
domingo, 5 de junho de 2016
privilégio...
Bom privilégio
Do outro lado, na rua que cruza a minha rua,
há mini-supermercado
que tem de tudo.
Do outro lado, na rua que cruza a minha rua,
há mini-supermercado
que tem de tudo.
Um alcatruz.
Enche e vaza em cada dia.
Nas doze horas de porta aberta.
De segunda à sexta,
das sete às onze,
nuns cinquenta metros,
ninguém estaciona.
Reboque certo.
Um camião fechado,
de grande porte,
último grito,
à mesma hora,
ali estaciona,
a fazer logística.
Em meia hora,
o condutor, sózinho,
deixa a cabine.
Há botões para tudo.
Abre a trazeira.
Vê-se para dentro.
Um farto armazém!
Um carrinho eléctrico,
muito possante,
enche de caixas
o estrado em frente.
Um ligeiro toque,
da ponta dum dedo,
o desce ao chão.
Mai-lo carrinho.
E, um a um,
como uma pluma,
lá segue em rima,
num vai e vém,
em corropio suave,
do camião ao Super.
Já estava faminto
Para matar a fome...
Um só camião...
e um homem só!
Um bom privilégio.
Berlin, 6 de Junho de 2015
8h57m
não se pode andar ao sol
Joaquim Luís Mendes Gomes
Enche e vaza em cada dia.
Nas doze horas de porta aberta.
De segunda à sexta,
das sete às onze,
nuns cinquenta metros,
ninguém estaciona.
Reboque certo.
Um camião fechado,
de grande porte,
último grito,
à mesma hora,
ali estaciona,
a fazer logística.
Em meia hora,
o condutor, sózinho,
deixa a cabine.
Há botões para tudo.
Abre a trazeira.
Vê-se para dentro.
Um farto armazém!
Um carrinho eléctrico,
muito possante,
enche de caixas
o estrado em frente.
Um ligeiro toque,
da ponta dum dedo,
o desce ao chão.
Mai-lo carrinho.
E, um a um,
como uma pluma,
lá segue em rima,
num vai e vém,
em corropio suave,
do camião ao Super.
Já estava faminto
Para matar a fome...
Um só camião...
e um homem só!
Um bom privilégio.
Berlin, 6 de Junho de 2015
8h57m
não se pode andar ao sol
Joaquim Luís Mendes Gomes
meu pensamento...
Meu pensamento...
Aqui teço e deixo meu pensamento.
Como vejo o mundo.
Um comboio imenso,
Em contínuo movimento.
O apanhamos um dia,
Cada um no seu lugar.
O destino é o mesmo.
O que varia é só o tempo.
Lá fora o mundo
E suas mudanças.
Cada um a vê e sente
Da sua janela.
Em alternância certa.
Umas vezes, sombrio,
Outras, ridente.
Se cruzam os nossos olhos.
Cada qual os seus.
Numa permuta sã
Que nos agrada
E aviva as cores.
Aquele canta.
O outro pinta.
E outro cura,
Enquanto eu escrevo.
Que bela orquestra
Que tão bem toca...
Pois, pudera!
Com tão bom Maestro...
ouvindo Chopin, com Zimmermann ao piano
Berlim, 5 de Junho de 2016
16h00
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Aqui teço e deixo meu pensamento.
Como vejo o mundo.
Um comboio imenso,
Em contínuo movimento.
O apanhamos um dia,
Cada um no seu lugar.
O destino é o mesmo.
O que varia é só o tempo.
Lá fora o mundo
E suas mudanças.
Cada um a vê e sente
Da sua janela.
Em alternância certa.
Umas vezes, sombrio,
Outras, ridente.
Se cruzam os nossos olhos.
Cada qual os seus.
Numa permuta sã
Que nos agrada
E aviva as cores.
Aquele canta.
O outro pinta.
E outro cura,
Enquanto eu escrevo.
Que bela orquestra
Que tão bem toca...
Pois, pudera!
Com tão bom Maestro...
ouvindo Chopin, com Zimmermann ao piano
Berlim, 5 de Junho de 2016
16h00
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
sábado, 4 de junho de 2016
comboio correio...
Comboio correio...
Tomava o comboio correio em São Bento.
Ao findar do dia.
Lá ia ronceiro, parando em cada estação e apeadeiro.
Aqui largava, ali recebia.
Havia sempre um lugar,
Nem que fosse de pé.
Os bancos em pau.
Começava a hora dos merendeiros,
Com rica pinga.
Tudo à mão.
Dos frangos assados,
Sobravam os ossos.
Havia figos.
Laranjas maduras.
Muita alegria.
E o comboio marchava.
Aqui Coimbra!
É madrugada.
Não há viv'alma.
Mesmo o Mondego,
Regalado dorme.
O comboio apita.
Já muita gente dorme.
É de quatro estrelas!
E há quem cante.
Apesar das iras.
Vem Santarém.
E o Tejo ao lado.
Cheira a gado bravo,
Lá das lezírias.
Chega Vila Franca.
Lindos azulejos
Tem a estação.
Já falta pouco.
Cheira a Lisboa.
'inda se ouve o fado.
-Ai, Mouraria!...
Ó que saudade!
Santa Apolónia.
É de manhã.
Rica viagem...
Berlim, 4 de Junho de 2016
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Tomava o comboio correio em São Bento.
Ao findar do dia.
Lá ia ronceiro, parando em cada estação e apeadeiro.
Aqui largava, ali recebia.
Havia sempre um lugar,
Nem que fosse de pé.
Os bancos em pau.
Começava a hora dos merendeiros,
Com rica pinga.
Tudo à mão.
Dos frangos assados,
Sobravam os ossos.
Havia figos.
Laranjas maduras.
Muita alegria.
E o comboio marchava.
Aqui Coimbra!
É madrugada.
Não há viv'alma.
Mesmo o Mondego,
Regalado dorme.
O comboio apita.
Já muita gente dorme.
É de quatro estrelas!
E há quem cante.
Apesar das iras.
Vem Santarém.
E o Tejo ao lado.
Cheira a gado bravo,
Lá das lezírias.
Chega Vila Franca.
Lindos azulejos
Tem a estação.
Já falta pouco.
Cheira a Lisboa.
'inda se ouve o fado.
-Ai, Mouraria!...
Ó que saudade!
Santa Apolónia.
É de manhã.
Rica viagem...
Berlim, 4 de Junho de 2016
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
salada verde...
Salada verde...
Uma salada verde me serviu a Russa.
Grosse!
Muito bem aviada.
Bela alface tenra.
Com ervas mansas.
Cebola branca,
Muita.
Com tomates rubros
E azeitonas pretas.
Uma salada verde me serviu a Russa.
Grosse!
Muito bem aviada.
Bela alface tenra.
Com ervas mansas.
Cebola branca,
Muita.
Com tomates rubros
E azeitonas pretas.
Um ovo cozido em partes.
Muito azeite louro.
Zu nehemen.
Foi o meu almoço.
Só por quatro euros...
Berlim, 4 de Junho de 2016
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Muito azeite louro.
Zu nehemen.
Foi o meu almoço.
Só por quatro euros...
Berlim, 4 de Junho de 2016
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
de alegria verde...
De alegria verde...
Enchi o mar de alegria verde.
Enchi meu peito
E soprei tão forte...
Fiz tantas ondas,
Deram a volta ao mundo.
Desmaiadas voltei a vê-las.
Tantas tristezas negras
Se afundaram nelas.
Eis que uma nuvem verde
Assomou ao longe
E esvoaçando leve,
Se desfez em brisa
Que reverdeceu a Terra.
ouvindo Wonderfull Day por Luís Armstrong
Berlim, 4 de Junho de 2016
8h53m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Enchi o mar de alegria verde.
Enchi meu peito
E soprei tão forte...
Fiz tantas ondas,
Deram a volta ao mundo.
Desmaiadas voltei a vê-las.
Tantas tristezas negras
Se afundaram nelas.
Eis que uma nuvem verde
Assomou ao longe
E esvoaçando leve,
Se desfez em brisa
Que reverdeceu a Terra.
ouvindo Wonderfull Day por Luís Armstrong
Berlim, 4 de Junho de 2016
8h53m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
sexta-feira, 3 de junho de 2016
cocciolo...
O "cocciolo"...
Naqueles tempos,
Muito lá atrás,
A abóboda celeste
Parecia infinita,
Uma campânula breve,
Onde todos vivíamos.
Tinha os limites do horizonte.
Tudo serras ao redor
A definiam.
Era a Serrinha perto
E o Marão lá longe.
Lado nascente.
Santa Quitéria ao norte,
Ali bem à vista.
Do mar a Penha
E Barrosas ao fundo.
Ali se vivia,
Numa cerca verde.
Se sabia de cor
O que nela havia.
As mesmas caras.
As mesmas vozes.
O vestir igual.
A camioneta da carreira,
Além do carteiro,
Que ia e vinha,
Às mesmas horas,
Dos mesmos sítios.
O comboio ao longe.
A bicicleta ao pé.
O que fosse estranho
Toda a gente via.
Me lembro bem,
O espanto que deu,
Uma bicicleta a andar,
Sem dar ao pedal.
Tinha um motor
Que largava fumo.
Era de Braga.
Um "cocciolo"
Ficou na história.
Nunca mais esqueceu.
Foi o começo.
O progresso a vir.
À mão de todos...
Os poucos carros
Eram só p'ra fidalgos...
Berlim, 3 de Junho de 2016
9h6m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Naqueles tempos,
Muito lá atrás,
A abóboda celeste
Parecia infinita,
Uma campânula breve,
Onde todos vivíamos.
Tinha os limites do horizonte.
Tudo serras ao redor
A definiam.
Era a Serrinha perto
E o Marão lá longe.
Lado nascente.
Santa Quitéria ao norte,
Ali bem à vista.
Do mar a Penha
E Barrosas ao fundo.
Ali se vivia,
Numa cerca verde.
Se sabia de cor
O que nela havia.
As mesmas caras.
As mesmas vozes.
O vestir igual.
A camioneta da carreira,
Além do carteiro,
Que ia e vinha,
Às mesmas horas,
Dos mesmos sítios.
O comboio ao longe.
A bicicleta ao pé.
O que fosse estranho
Toda a gente via.
Me lembro bem,
O espanto que deu,
Uma bicicleta a andar,
Sem dar ao pedal.
Tinha um motor
Que largava fumo.
Era de Braga.
Um "cocciolo"
Ficou na história.
Nunca mais esqueceu.
Foi o começo.
O progresso a vir.
À mão de todos...
Os poucos carros
Eram só p'ra fidalgos...
Berlim, 3 de Junho de 2016
9h6m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
quinta-feira, 2 de junho de 2016
carta do dia...
A carta do dia...
Por esta hora,
Já devia ter vindo o carteiro.
Minha carta esperada.
Frescas notícias
Que me adoçam o dia.
Falam de tudo,
A toque de música.
Contam-me histórias,
Escrevem-me versos,
Pintam quadros,
Trazem a festa.
Embalam-me os sonhos.
São minhas fadas,
Sereias do mar.
Há tormenta ao largo,
Tão bom serenar.
A vida sem elas
Me fica sombria.
A campainha soou...
Caravela que vem,
Luzindo de longe.
Carregada de paz.
Berlim, 2 de Junho de 2016
dia de sol
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Por esta hora,
Já devia ter vindo o carteiro.
Minha carta esperada.
Frescas notícias
Que me adoçam o dia.
Falam de tudo,
A toque de música.
Contam-me histórias,
Escrevem-me versos,
Pintam quadros,
Trazem a festa.
Embalam-me os sonhos.
São minhas fadas,
Sereias do mar.
Há tormenta ao largo,
Tão bom serenar.
A vida sem elas
Me fica sombria.
A campainha soou...
Caravela que vem,
Luzindo de longe.
Carregada de paz.
Berlim, 2 de Junho de 2016
dia de sol
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
quarta-feira, 1 de junho de 2016
casal de pinguins...
O casal de pinguins...
Conheceram-se no mar.
Fizeram sua viagem de núpcias.
Subiram a escarpa
E, ramo a ramo,
ergueram o seu ninho.
Se amaram pelo luar.
Em Agosto quente,
nasceram sãs as duas crias.
Num corropio estremo,
desciam ao mar
para trazerem pão.
Que cena linda vê-los,
de bico aberto
à vontade dos filhos...
Até que um dia o pai se meteu ao mar.
Apesar de tudo, um fim feliz...
Apareceu sangrando.
Uma dentada de tubarão.
Berlim, 1 de Junho de 2016
1h5m
Jmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Conheceram-se no mar.
Fizeram sua viagem de núpcias.
Subiram a escarpa
E, ramo a ramo,
ergueram o seu ninho.
Se amaram pelo luar.
Em Agosto quente,
nasceram sãs as duas crias.
Num corropio estremo,
desciam ao mar
para trazerem pão.
Que cena linda vê-los,
de bico aberto
à vontade dos filhos...
Até que um dia o pai se meteu ao mar.
Apesar de tudo, um fim feliz...
Apareceu sangrando.
Uma dentada de tubarão.
Berlim, 1 de Junho de 2016
1h5m
Jmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
exponência ao quadrado...
Exponência ao quadrado...
O tempo é a soma de momentos
elevada ao quadrado,
multiplicada pela dor
e as horas de prazer.
Uma equação de incógnitas,
mas com um fio condutor.
Com parêntesis e chaves falsas.
Mesmo só para confundir.
Tantas folhas em sequência,
escritas de ambas faces.
Tantas lágrimas
e tantas penas
de fazerem doer o punho.
É tão atraente o desafio,
ninguém desiste de somar...
Berlim, 1 de Junho de 2016
9h55m
dia de chuva
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
O tempo é a soma de momentos
elevada ao quadrado,
multiplicada pela dor
e as horas de prazer.
Uma equação de incógnitas,
mas com um fio condutor.
Com parêntesis e chaves falsas.
Mesmo só para confundir.
Tantas folhas em sequência,
escritas de ambas faces.
Tantas lágrimas
e tantas penas
de fazerem doer o punho.
É tão atraente o desafio,
ninguém desiste de somar...
Berlim, 1 de Junho de 2016
9h55m
dia de chuva
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
o pobre e o rico...
O pobre e o rico
Devo respeito ao pobre e ao rico
Desde que sejam honestos.
Devo respeito ao pobre e ao rico
Desde que sejam honestos.
Anseio e luto
Para que o rico fique mais pobre
E o pobre fique mais rico.
Porque, no fundo,
Somos todos iguais
Perante a sorte de viver.
Sejam só as circunstâncias
E os recursos onde nascemos,
O motivo da desigualdade.
Devemos seguir o exemplo
Que a água corrente,
Nos dá, em correria,
desde a nascente,
Até ao mar.
Sulcando o chão,
Ganhando o espaço.
Ora cedendo,
Ora alargando.
Contornando obstáculos,
Até atingir a tranquilidade
E a fartura igual
Que tem o mar.
Berlin, 1 de Junho de 2015
20h41m
Joaquim Luís Mendes Gomes
Para que o rico fique mais pobre
E o pobre fique mais rico.
Porque, no fundo,
Somos todos iguais
Perante a sorte de viver.
Sejam só as circunstâncias
E os recursos onde nascemos,
O motivo da desigualdade.
Devemos seguir o exemplo
Que a água corrente,
Nos dá, em correria,
desde a nascente,
Até ao mar.
Sulcando o chão,
Ganhando o espaço.
Ora cedendo,
Ora alargando.
Contornando obstáculos,
Até atingir a tranquilidade
E a fartura igual
Que tem o mar.
Berlin, 1 de Junho de 2015
20h41m
Joaquim Luís Mendes Gomes
Subscrever:
Mensagens (Atom)