Canecos da nora…
Em golfadas de Agosto, milheirais em
flor.
O calor apertou.
Amarra-se um boi à vara da nora.
Roda que roda.
O boi espuma da boca
E a nora vomita.
Golfadas sem fim.
Enchem o rego.
Banham os pés das hastes de milho.
Ouve-se o trinco da nora segurando os
canecos.
A terra bafeja e suga que suga.
Adormece em deleite.
Lá para Setembro, a espiga está seca
e madura.
Vem a colheita na festa dos campos.
Se enchem de milho os celeiros
famintos.
Derramam-se as rasas no ladrilho da
eira.
E, na hora certeira, se guardam nas
arcas esperando a mó do moinho…
Berlim, 31 de Dezembro de 2017
10h11m
Jlmg