O tricot da Avó…
Vou pintar um quadro.
Numa tela branca.
Sentada num banco.
A avó, um novelo de lã, cor de rosa.
Duas agulhas nas mãos.
Uma laçada ao pescoço e começa a
obra.
Pelo serão.
Foi só o começo.
De argola em argola,
Laçada em laçada,
De carreira em carreira,
Primeiro, as frentes,
A seguir, as costas.
Um primor de manguinhas.
Já é madrugada.
E ela não cansa.
Anda o sono no ar.
Quer levar a avó para a cama.
Mas ela só vai
Quando o vestido acabar,
Na última laçada,
Para o boneco da Sara
Como prometeu em segredo.
Faltar é que nunca…
Vejam!
Que lindo quadro
E eu, nem sequer sou pintor…
Berlim, 10 de Setembro de 2017
17h19m
Jlmg
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