As obreiras do Natal…
Quando o Natal se avizinha, uma onda
de ternura, quase divina, se apodera das nossas Mães e Avós.
Vem o sonho da felicidade a
construir,
Adentro das nossas famílias.
Conseguir uma árvore. O pinheirinho. E
enchê-lo de cores e luzes.
Cobrir-lhes os pés com as prendinhas,
A ninguém podem faltar.
Com o nome e as dedicatórias.
De quem para quem.
Com um lacinho a enfeitar.
Tudo à volta de um presépio,
Já vem da ternura dos antepassados.
Depois, vem a cozinha.
Aquela azáfama de tachos e de
panelas.
A dispensa e o frigorífico estão a abarrotar
de tanta química…
Na lareira em brasa, ardem as
labaredas dos cavacos, de carvalho e de sobreiro.
O forno em cima, Deus nos perdoe.
Parece mesmo um inferno.
O sacrifício do cordeiro, com
travessas de batatas tostadinhas.
Que cheirinho vai por toda casa.
O fogão ao lado, em ferro ou o
eléctrico, se cobrem de tachos e de panelas.
Num, as batatas e as couves que a
horta deu. Noutro, o bacalhau curado da Noruega, em postas bem medidas.
No outro lado, os filhos e as filhas,
ajudam as suas mães no arranjo da doçaria.
A quem, por amor, vendem os seus
segredos.
As filhoses. As rabanadas. As azevias.
Os “formigos” e a aletria.
Que regalo, só de vê-los.
Depois, vem a ceia, toda a gente,
Dos grandes aos mais pequenos,
Cada um o seu lugar.
Talheres e pratos reluzentes.
Dos vinhos, isso é tarefa do pai e do
avô.
E, como há sempre um artista na
família, no piano ou na viola,
Vem um fundo musical,
Para iniciar aquela festa da consoada
e da alegria,
Depois da reza do avô…
Ouvindo “London Pops Orchestra”
Berlim, 25 de Dezembro de 2017
9h12m
Jlmg
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