terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Pintar com a água...



Pintar com a água…

Me apronto diante da tela de brocha na mão.
Um balde de água. Esfrego os olhos.
E começo.
Me percorre na mente uma bola de cores.
Jogo a água como quem chapinha à sorte.
Bate na tela. Se espalha e escorre. Com sulcos.
Desenha figuras feéricas de cor.
As linhas são veias azuis.
Com ramos. Folhagens de verde.
Reflexos de seda flamejando à luz.

Abordo o quadro como se fosse pintor.
Aliso aqui, desfaço e emendo.
A figura aparece. Envolta em luar.
A leveza é total.
Sinto um tremor.
Abala-me a espinha.
Na testa me escorre suor.

Me estranho. O único quadro pintara em criança.
Uma ponte e um rio,
Com guache e pastel.
A água é que nunca…

Berlim, 12 de Dezembro de 2017
19h34m
Jlmg




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