Pintar com a água…
Me apronto diante da tela de brocha
na mão.
Um balde de água. Esfrego os olhos.
E começo.
Me percorre na mente uma bola de
cores.
Jogo a água como quem chapinha à
sorte.
Bate na tela. Se espalha e escorre. Com
sulcos.
Desenha figuras feéricas de cor.
As linhas são veias azuis.
Com ramos. Folhagens de verde.
Reflexos de seda flamejando à luz.
Abordo o quadro como se fosse pintor.
Aliso aqui, desfaço e emendo.
A figura aparece. Envolta em luar.
A leveza é total.
Sinto um tremor.
Abala-me a espinha.
Na testa me escorre suor.
Me estranho. O único quadro pintara
em criança.
Uma ponte e um rio,
Com guache e pastel.
A água é que nunca…
Berlim, 12 de Dezembro de 2017
19h34m
Jlmg
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