Não vou às cegas…
Abro estes olhos vivos
E não vou às cegas pelas sendas
enigmáticas
Deste mundo.
Cada dia, é um capítulo.
Duma novela que,
Na hora, se vai escrevendo.
Onde cada um é protagonista.
Da própria história.
Passo a passo,
Letra a letra,
A escrevemos em cada dia.
Conforme a luz e força
Do rio profundo
Que corre em nós.
Nós o sentimos.
Vem do passado.
Tantos matizes.
Nossas memórias.
Desde a madrugada
Da nossa existência.
Um barquinho sem remos,
Baloiçando à sorte.
À conta dos pais,
Num lago de paz.
Que se foi enchendo,
Banhado de luz,
Ao sabor do tempo.
Em variação constante.
Claros e escuros,
Raios de sol
E brumas de noite.
Torrentes de graça,
Cheias de cor.
Brisas de vento,
Nuvens correndo,
No azul do céu.
Como se fosse um mar.
Ouvindo o melhor de
Chopin em piano,
Madrugada alta e fria
Mafra, 1 de Novembro de 2014
4h11m
Joaquim Luís Mendes Gomes