Quando, um dia, faltarem as forças…
Chegue tarde esse momento
Em que as forças esgotam.
Tudo acaba e seca neste mundo
Ao sol do tempo.
Lentamente, pouco a pouco,
Fica fraca a chama.
Até que vem um ligeiro sopro…
Os olhos se fecham.
A alma vai.
E o vaso de barro
Onde vivemos
Se desfaz em pó.
Que o vento leva
E a terra come.
Até lá, que o sol da vida reine.
Cada dia seja uma festa.
Do nascer ao pôr-do-sol
E pela madrugada.
Na mesa uma toalha de linho.
E gente à volta.
Que nunca falte
O pão e o vinho.
Que o galo cante na capoeira.
Haja ovos
Em abundância.
O leite não falte.
E, na horta, uma colheita,
Verde, de cada vez.
Que as ramadas se encham de cor.
E as pipas encham.
Venha a faina. Venha o labor.
E o descanso justo,
na hora certa.
Nem mais nem menos.
Cultivar o sonho
E o amor.
Abrir a porta ao bom vizinho.
Espalhar carinho.
Que nunca falte.
Chegue abundante,
Até à hora de morrer…
Ouvindo Puccini
Amanheceu de chuva
Mafra, 8 de Outubro de 2014
7h35m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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