sexta-feira, 17 de outubro de 2014

rasante ao chão...

Rasante ao chão…

Sinto meu corpo pesado.
Rente ao chão.
Minhas asas batem..batem…
O corpo preso à terra,
Não consegue se elevar.

Sacudo a lama.
Minhas botas estão cheias de água.

 E o vento sopra a meu desfavor.

Dou gás ao corpo.
Minha mente ferve
De tanto esforçar.

Queria subir.
Chegar às nuvens.
Planar feito uma gaivota livre.

Tenho sacos de plástico
A me prender os pés.

Ninguém ajuda.
 E reflicto.

Vou-me estender ao sol.
Talvez seque
E tudo se esvaia.

Então, poderá ser.

Foi o que fiz e resultou.
Aqui eu vou no ar.
Mais leve e seguro
Que um condor.

Olhando ao fundo.
Como é pobre aquela terra
Morta.
 Agora vejo ao longe
Como nunca eu vi.

Encontrei-me a mim
E só a mim.

Aqui vou eu,
Sem querer descer.

Mafra, 17 de Outubro de 2014
19h41m

anoiteceu


Joaquim Luís Mendes Gomes

Sem comentários:

Enviar um comentário