Rasante ao chão…
Sinto meu corpo pesado.
Rente ao chão.
Minhas asas batem..batem…
O corpo preso à terra,
Não consegue se elevar.
Sacudo a lama.
Minhas botas estão cheias de água.
E o vento sopra a meu desfavor.
Dou gás ao corpo.
Minha mente ferve
De tanto esforçar.
Queria subir.
Chegar às nuvens.
Planar feito uma gaivota livre.
Tenho sacos de plástico
A me prender os pés.
Ninguém ajuda.
E reflicto.
Vou-me estender ao sol.
Talvez seque
E tudo se esvaia.
Então, poderá ser.
Foi o que fiz e resultou.
Aqui eu vou no ar.
Mais leve e seguro
Que um condor.
Olhando ao fundo.
Como é pobre aquela terra
Morta.
Agora vejo ao longe
Como nunca eu vi.
Encontrei-me a mim
E só a mim.
Aqui vou eu,
Sem querer descer.
Mafra, 17 de Outubro de 2014
19h41m
anoiteceu
Joaquim Luís Mendes Gomes
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