quarta-feira, 22 de outubro de 2014

pavorosa aflição das madrugadas...

A pavorosa aflição das madrugadas…
Vem retumbante a aflição da madrugada.
Trovoada, medonha,
Ribombando seca sobre mim.
Pavorosos pesadelos Inclementes
Descarregam toneladas de granizo sobre as minhas telhas.
O ar é rarefeito.
Parece desabar o mundo.
Não há regra.
Não há preceito que se cumpra.
É o desrespeito pelo elementar direito ao sossego de dormir.
Das cavernas tenebrosas
Saem rugidos.
Chegam do fundo
Vagas de lancinantes gritos de aflição
De multidões em desvario.
A língua se cola ao céu da boca de secura.
E o coração louco
Me foge da boca
Como um cavalo.
E as narinas hirtas
Se cerram mais fortes do que comportas.
E, por mera sorte,
Tudo finda,
Depois da guerra,
Antes da morte,
Quando estes dois olhos
Se me abrem…
Ouvindo Wagner, “cavalgada das valquírias”
Mafra, 23 de Outubro de 2014
2h33m
Joaquim Luís Mendes Gomes

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