sábado, 11 de outubro de 2014

torre de marfim...

Torre de marfim…
Ergui no meu jardim,
À frente,
Donde nasce o sol,
Uma torre esbelta.
Cheia de sinos.
Do sol ao dó.
Com sustenidos.
Tocam sozinhos.
Mal eu chego a casa.
Fazem-me festas.
Em tom plangente.
Entoam hinos.
De fazer chorar.
Todos de cor.
Me embalam
Nas noites tristes.
Contam as horas
Enquanto eu durmo.
Chamam por mim,
Ao nascer do sol.
Ficam bailando
Erguendo preces.
Pedindo a bênção para o seu dono.
Quero-lhes tanto
Como eles a mim.
Não são de bronze.
Não são gelados.
Tocam precisos.
São de marfim.
Guardo os segredos
que sabem de mim.
Mafra, 11 de Outubro de 2014
16h37m
Joaquim Luís Mendes Gomes

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