Evolução dos seres...
Entraram no mundo
com uma forma bem delineada.
Perfeita.
Uns permaneceram quase inertes.
Sempre os mesmos.
Só a erosão dos elementos
lhes amaciou as arestas.
É o reino imenso dos minerais.
Outro grande grupo, quase infinito
é o dos vitalizados.
Destes, há os cravados ao chão.
Dele haurem o seu sustento
e pela seiva em constante movimento,
mudam de cor, trocam as vestes,
crescem e se reproduzem.
Pelas flores e pelos frutos.
São os vegetais, aéreos e aquáticos.
Depois vêm os semoventes.
Numa escala que vai,
quase do zero ao infinito.
Têm propriedades sensitivas
e recriadoras.
Se atraem para acasalar
e originam seus semelhantes.
Se deslocam na terra
buscando seu alimento.
Indispensável para a vida
se mantenha em forma.
Sentem alegria e dor.
Gemem e choram
quando a tristeza ou risco
os atemoriza.
Suas formas divergem
desde as mais simples às complexas.
É-lhes comum sua indiferença
total ao tempo e à finitude.
Por fim, o reino humano.
Erecto e vertical, na pose
e no seu andar.
Em constante luta
para sobreviver.
O ser único, capaz de reflectir.
De engendrar e construir,
segundo a lei do melhor conforto.
Intercomunica seu pensamento
pela voz e pelo gesto.
Constroi e regista a própria história,
de grandeza ou infortúnio.
É o único que tem medo pelo seu futuro...
Berlim, 11 de Janeiro de 2017
23h47m
Jlmg