Afónica e catatónica...
Ao cabo de milénios de desenvolvimento,
desde os tempos da pedra lascada
até à arrogante viagem ao espaço,
com sputnics e foguetões,
após revoluções e convulsões,
com genocídios e gazocâmaras;
Dos colossos piramidais, lá no oriente
e nas ameríndias
que ninguém sabe bem ao certo;
das barragens arrasadoras
para fabrico da energia eléctrica,
e das maquiavélicas centrais nucleares
que ameaçam matar o mundo;
Das tenebrosas lucubrações filosóficas
que nos arrasam de confusões estéreis;
E das macabras religiões mortíferas
que tudo arrasam
em nome do amor aos deuses;
Quando a ciência,
faminta de tanto saber,
quase implodiu
e não conseguiu eliminar a morte;
E as artes se baralharam,
com tantos estilos,
sacrificando a beleza à fealdade;
Eis que uma onda,
afónica e catatónica,
num terrível tsunami,
secou-lhe a esperança
e afogou inteira a humanidade...
Berlim, 12 de Janeiro de 2017
8h4m
Jlmg
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