sábado, 4 de outubro de 2014

boca seca...

Boca seca…

Tenho a boca seca
De pregar aos peixes,
Como santo António de lisboa.

Levanto-me de madrugada
Preparando diligentemente,
O comer do dia.

Pelo raiar da aurora,
Vou de porta em porta,
Por um saco na maçaneta,
Ainda quentinho,
Ali fica o pão esperando
Que se entreabra
E uma ainda nua
O tire, por uma greta.

E, pouco depois,
O barre quente
com pouca manteiga.
E o mastigue
E saboreie…

E, não é que,
Horas depois,
No meu regresso,
O saquinho triste
Ainda lá sofre,
Calor ou frio, dependurado…

Mafra, 5 de Outubro de 2014
4h14m
(  foi para esta miséria e desgraça…que há cem anos, os nossos egrégios fizeram a revolução da República!?...)


Joaquim Luís Mendes Gomes

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