Timidez da neve
Tímida. Provocadora.
A neve espreita e tarda a entrar em
cena.
Tudo a postos.
Há silêncio na sala.
Mesmo cheia.
Estão sedentos.
Querem vê-la. Há um ano a esperam.
Os “putos” querem brincá-la.
Fazer bonecos. Bolas de arremesso.
A infância é curta.
As árvores perderam as folhas.
Em sofrimento. Clamam beleza.
Os corvos estão fartos do chão com
folhas.
Os pés estão sujos.
Suas asas negras ficam brilhantes,
cruzando os ares.
As telhas, de toucado branco,
Mas só do gelo. Querem um manto que
lhes escorra ao chão.
Os carros da Câmara desesperam de
espera.
Estão fartos de tanta volta seca.
A cidade grita. Já está sem calma…
Berlim, 3 de Dezembro de 2017
8h31m
Jlmg
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