segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Mais um dia a nascer...

Ver nascer mais um dia...
Um privilégio natural, gratuito, concedido a toda gente.
Um horizonte vasto que se abre, luminoso.
Uma cortina extensa, em tecido deslumbrante, de largas nuvens,
Estratifica o céu em degraus que levam os olhos baços para o infinito.
A terra desperta, suave e lenta.
Há reflexos brilhantes sobre os telhados e as janelas.
Das chaminés brotam crescentes fumarolas brancas, helicoidais.
As árvores geladas, com suas ramagens nuas, sobressaindo do casario,
Elevam brados ao sol nascente que as aqueça.
Choram as folhas verdes que o vento lhes roubou.
De longe, num silêncio astral, vêm clarões em chama, num cortejo incessante de aviões, orientados para a pista do aeroporto.
Trazem dentro multidões de gente fresca
Que vão enxamear as ruas e os bares desta urbe gigantesca.
Pelos vastos campos circundantes, crescem em lume brando, os pastos verdes que, por artes mágicas da natureza, se transformam em alimento.
Serão breves as horas que o sol nos dá.
Porque, agora, é o tempo em que a noite reina...
ouvindo "Serenata de Schubert"
Berlim, 18 de Dezembro de 2017
9h5m
Jlmg

Sem comentários:

Enviar um comentário