domingo, 24 de dezembro de 2017

Diante duma tela em branco...



Diante duma tela em branco…

Concentrado. Pincel em punho. Olhando a tela.
A mente ferve.
Não sou pintor.

 O pensamento vagueia.
Mira do alto e ao longe.
Como um condor.

De repente, sob um arbusto, algo que surge.
Desfecho-lhe uma frecha.
Faço uma presa.
Se inflama a fogueira.
Há labaredas.
Sentimento a arder.
É fumo branco.
Sem fumarolas.

Bate-lhe o sol.
Muda de forma.
Muda de cor.

Figuras rupestres.
Aves canoras.
Prados lacustres.
Searas doiradas.
Medas de trigo.

Ceifeiras cantando.
Debulham sorrisos.
Carradas de grão.
Enchem celeiros.
Moinho no rio.
Mó de moleiro.
Neve macia.
Farinha de pão.

Lindo quadro,
Poema de estio,
O vento secou.

Berlim, 24 de Dezembro de 2017
13h11m
Jlmg

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