domingo, 31 de dezembro de 2017

Canecos da nora...



Canecos da nora…

Em golfadas de Agosto, milheirais em flor.
O calor apertou.
Amarra-se um boi à vara da nora.
Roda que roda.
O boi espuma da boca
E a nora vomita.
Golfadas sem fim.
Enchem o rego.
Banham os pés das hastes de milho.

Ouve-se o trinco da nora segurando os canecos.
A terra bafeja e suga que suga.
Adormece em deleite.
Lá para Setembro, a espiga está seca e madura.
Vem a colheita na festa dos campos.
Se enchem de milho os celeiros famintos.

Derramam-se as rasas no ladrilho da eira.
E, na hora certeira, se guardam nas arcas esperando a mó do moinho…

Berlim, 31 de Dezembro de 2017
10h11m
Jlmg

Sem comentários:

Enviar um comentário