Escaparates
Vem dos primórdios,
o expediente dos escaparates.
Tentam os olhos,
Não um que escape.
"Há vinho à venda"...
diz o loureiro à porta.
Lá vai um copo,
depois um petisco
e, na conversa,
vai a garrafa.
E aquela serpente,
tão insinuante,
presa à parede.
É só disfarce.
Cura de tudo.
Às vezes, mata.
E, já na vila.
Vidraças largas.
Tamanho de portas.
Que tentação!
Vestidos lindos,
Fatos bem feitos,
São tão a sério,
Em seda ou linho,
Vestem bonecos.
Calçado às cores,
espalhados à vista.
Todo o tamanho.
Que bem que ficavam.
Oxalá o padrinho ou o noivo
Também goste deles.
E aquelas argolas grossas,
Em ferro forjado,
cravadas na pedra
Que pendem no talho,
No dia da feira.
Grandes azêmolas!
Medonhos pedaços
De carne exposta.
E, no recanto à frente,
ao pé da porta,
a senhora Emilinha vende,
em tabuleiros vastos.
Têm de tudo.
Ó que fartura!
De flores e fruta.
Ó que perfume!...
Berlim, 22 de Junho de 2016
9h19m
dia de sol quente
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
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