domingo, 12 de junho de 2016

articulações dos ossos...

Minhas articulações...
Entorpecidas, secaram minhas articulações todas.
Varre-me a mente uma letargia,
lânguida e morna.
Me deixo ir nela amorfo.
Quase adormeço e esqueço,
afinal, quem fui.
Toda a gente amada foi.
É o deserto sombrio e frio.
Nem um só cisco seco
de carvalho ou pinho.
É a aridez em força
que me força e esmaga.
Não consigo reagir.
Como folha morta eu vou
nesta corrente morta
que não me afoga.
Surjam raios do céu azul.
Desfaçam chuva em cataratas.
Reverdeça este chão sem chão.
Volte a terra húmida
onde as ervas nascem.
Quero ver outra vez flores
bailando ao vendo
e sorrindo ao sol.
Caia forte a vida em mim.
Me aqueça em fogo
estas articulações artríticas.
Quero voltar, de novo, às maratonas...
ouvindo Maria Betânia cantado "Sinhora Aparecida"...só Ela...
Berlim, 12 de Junho de 2016
11h27m

Sem comentários:

Enviar um comentário