quarta-feira, 15 de junho de 2016

suavemente...

Suavemente...

Sem atropelos nem alvoroços,
Suplanto os ermos.
Percorros os vales.
Trepo encostas
E me alcandoro às alturas.

Vejo por cima, um mar de núvens.
E, por entre as frestas,
Miro a Terra ao fundo,
Dormindo serena e inofensiva.

Me dedico ao belo.
Como um gamo ao pasto
Donde colhe puro,
O seu alimento.

Me espanto ouvindo
O mavioso sibilar do vento,
Pelas encostas
E pelas ravinas.

Me espraio ao sol
Duma praia azul,
Sem ondas
Nem sequer areias.

Me reclino à soberba majestade
Das galáxias,
Engalanadas de colares de estrelas
E duma manta infinda enluarada.

Assisto ao nascer do sol,
Como o príncipe encantado
Que espera a sua virgem.

Fico esperando a hora morta do destino
Que me há-de levar feliz
Para o outro mundo...

ouvindo Heléne Grimaud, tocando Rachmaninov

dia cinzento

Berlim, 15 de Junho de 2016
9h5m

Jlmg

Joaquim Luís Mendes Gomes

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