Comboio correio...
Tomava o comboio correio em São Bento.
Ao findar do dia.
Lá ia ronceiro, parando em cada estação e apeadeiro.
Aqui largava, ali recebia.
Havia sempre um lugar,
Nem que fosse de pé.
Os bancos em pau.
Começava a hora dos merendeiros,
Com rica pinga.
Tudo à mão.
Dos frangos assados,
Sobravam os ossos.
Havia figos.
Laranjas maduras.
Muita alegria.
E o comboio marchava.
Aqui Coimbra!
É madrugada.
Não há viv'alma.
Mesmo o Mondego,
Regalado dorme.
O comboio apita.
Já muita gente dorme.
É de quatro estrelas!
E há quem cante.
Apesar das iras.
Vem Santarém.
E o Tejo ao lado.
Cheira a gado bravo,
Lá das lezírias.
Chega Vila Franca.
Lindos azulejos
Tem a estação.
Já falta pouco.
Cheira a Lisboa.
'inda se ouve o fado.
-Ai, Mouraria!...
Ó que saudade!
Santa Apolónia.
É de manhã.
Rica viagem...
Berlim, 4 de Junho de 2016
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
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