sexta-feira, 12 de junho de 2015

Primeiro poema na nova varanda

Primeiro poema na nova varanda

A tarde vai descendo lenta,
Como uma cortina de tule,
Pálida e transparente.

Refulgem no alto
Reflexos purpúreos do sol a se pôr.

Pelo ar, esvoaçam aos pares,
Andorinhas sem nexo.

Ribombam motores de aviões apressados
Que avançam para o espaço.

Nas varandas ao pé,
Há quem repouse cansado
Da luta do dia
Que deu que fazer.

Na esplanada vizinha,
À volta das mesas,
Rentinha à rua,
Bebendo café,
Queimam-se as últimas Horas
Da semana que acaba.

De longe, do seio do bosque,
Oiço gorjeios do passaredo traquina,
Enquanto não dorme.

Paradas no céu,
Mantilhas de nuvens sem cor,
Demarcam limites
À noite que cai.

Uma brisa suave,
Não vinda do mar,
Beija-me o rosto
E me convida a deitar.

Berlin, 12 de Junho de 2015
21h41m

Joaquim Luís Mendes Gomes

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