terça-feira, 23 de junho de 2015

Ao frio e à chuva

Nono poema na varanda da nova casa

Ao frio e à chuva

Caía chuva. Fazia frio.
No lusco-fusco.
Voltei para dentro.
Escrevê-lo. Eu vou tentar.

Faz-me falta o real da tarde,
Ressoando ao vivo,
Ao chegar da noite,
Como é diferente,
Ali na varanda.

Cheira-me a vento.
Oiço o silêncio chegando
Em maresia.
Um marulhar de ondas,
Como se fosse o mar.

Voltam os carros,
Vêm cansados,
Os faróis acesos,
Parecem os barcos
Arribando aos lares.

Despertam as casas,
Do sono do dia,
Estiveram fechadas.
As janelas acendem,
Cintilam tê-vês,
Tilintam talheres,
Toalhas lavadas,
Mesas bem-postas,

A canseira das Mães,
Crianças brincando,
Se enchem de vida
Até ao jantar.

É a noite que cai.
Mais um dia que passa.

Berlin, 23 de Junho de 2015
21h3m
Joaquim Luís Mendes Gomes






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