Sétimo poema na varanda da casa nova
Doce claridade do entardecer
Quando o sol em forja
se vai diluindo ao longe,
de cansado,
advém uma calma tal
e tal serenidade,
que nosso corpo se distende,
só reclama a paz do lar,
para refazer as forças,
repondo a corda do relógio.
Desliza lento o dia
rumo à noite
que o espera enamorada.
Leva as quimeras
do fogo fátuo
que ardia ao amanhecer.
Só deixou o rasto
de algumas nuvens,
mais as sombras
que vão nascendo,
manta de bruma
que se vai estendendo,
cobrindo a terra.
Aves canoras voam dos ninhos,
correm no ar,
esvoaçando ao vento.
nos autocarros saem e entram
rostos cansados,
rumando a casa,
cheios de fome.
Sina fatal,
o fado da vida
de quem pobre nasceu...
Berlin, 21 de Junho de 2015
21h34m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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