O surgir do comércio
Com o fluir do tempo,
o simples deu lugar ao complexo.
No começo, cada um olhava por si.
Ia ao monte silvestre
e colhia frutos.
Ia ao rio corrente,
bebia água e se banhava.
Quando vinha a fome,
pegava num pau,
tirado à arvore,
ou do chão um tronco delgado e longo,
Uma vara,
vigorosa e firme,
servia de apoio e arma,
na caminhada,
encosta acima.
Vergastava o monte,
coberto de urzes e de giestas,
espantava a caça escondida,
acendia o fogo
e fazia dela o seu repasto.
Bastava uma cova ou uma caverna,
para seu abrigo,
fugia ao sol,
fugia ao frio,
ali passava a noite
e fazia a cama.
Nunca sózinho.
Carecia apoio,
sentia o instinto,
de carinho e fome
de descendência.
Multiplicaram-se as necessidades.
E do casual nasceu o trabalho
como obrigação fatal,
para garantir a sobrevivência sua e da dependência.
Naturalmente surgiram agregados,
surgiram vizinhos
e pouco depois,
a delimitação do espaço.
Cada um o seu,
como garantia vital.
Daí a expansão,
por encostas e vales,
daí o confronto
e a guerra.
Ora sózinhos ora aliados.
A imaginação criou os meios e os artefactos,
cada vez mais e melhor,
cada tribo as suas,
daí as diferenças e as rivalidades
E também as trocas.
Daqui ao comércio,
com favor e lucro,
como lei geral
foi só um salto....
ouvindo Gustavo Mahler, sinfonia nº 2,
o dia nasceu conzento
Berlin, 18 de Junho de 2015
6h24m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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