quarta-feira, 17 de junho de 2015

O surgir do comércio

O surgir do comércio

Com o fluir do tempo,
o simples deu lugar ao complexo.

No começo, cada um olhava por si.
Ia ao monte silvestre
e colhia frutos.

Ia ao rio corrente,
bebia água e se banhava.

Quando vinha a fome,
pegava num pau,
tirado à arvore,
ou do chão um tronco delgado e longo,
Uma vara,
vigorosa e firme,
servia de apoio e arma,
na caminhada,
encosta acima.

Vergastava o monte,
coberto de urzes e de giestas,
espantava a caça escondida,
acendia o fogo
e fazia dela o seu repasto.

Bastava uma cova ou uma caverna,
para seu abrigo,
fugia ao sol,
fugia ao frio,
ali passava a noite
e fazia a cama.

Nunca sózinho.
Carecia apoio,
sentia o instinto,
de carinho e fome
de descendência.

Multiplicaram-se as necessidades.

E do casual nasceu o trabalho
como obrigação fatal,
para garantir a sobrevivência sua e da dependência.

Naturalmente surgiram agregados,
surgiram vizinhos
e pouco depois,
a delimitação do espaço.

Cada um o seu,
como garantia vital.

Daí a expansão,
por encostas e vales,
daí o confronto
e a guerra.
Ora sózinhos ora aliados.

A imaginação criou os meios e os artefactos,
cada vez mais e melhor,
cada tribo as suas,
daí as diferenças e as rivalidades
E também as trocas.

Daqui ao comércio,
com favor e lucro,
como lei geral
foi só um salto....

ouvindo Gustavo Mahler, sinfonia nº 2,

o dia nasceu conzento

Berlin, 18 de Junho de 2015
6h24m

Joaquim Luís Mendes Gomes




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