quarta-feira, 24 de junho de 2015

Círculo...



     O CÍRCULO…






Antes,
No mundo,
Tudo era vazio.
Tudo era noite.
Tudo era fundo,
Tudo era recto,
Só o nada era
E… o silêncio.

Ninguém sabia
Certo,
Onde era o fim,
Onde era o começo.

Não se sabe como,
Daquele nada…
Tudo saíu.


Primeiro,
Nasceu um ponto.
Nem era grande
Nem era pequeno.
Era só um ponto.

Olhou p’ra si
E seu redor.
Estava só.

Saíu, em frente,
Até onde
Lhe deu a força,
À procura
D’algo,
Igual a ele.

Ao caminho
Que andou
Chamou de raio.

E preso ao raio,
Pôs-se a andar,
Sem perder de vista

O sítio,
Donde saira.
Andou… andou…




E, ao cabo,
Viu que o sítio
Onde parou
Era o mesmo
Donde partira…

Àquele caminho
Rondo,
Ele chamou…
De círculo.
…. … …

Depois…
Não se sabe
Por quem
E como:
… … …
Da noite
Se fez o dia.
Daquele vazio,
Se fez o alto
E o baixo.
E,
Com alto
E baixo,
Em conto certo,
Se encheu
Um círculo,
Pequeno ou grande?…

Em tudo igual
Ao universo.







Perpignan, 26 de Maio de 2002
11h e 23m
Joaquim Luís Mendes Gomes

Sem comentários:

Enviar um comentário