Minha alma é uma viola
É uma viola a alma que eu dedilho com estes dedos mortais.
Suas cordas tocam as melodias que só minha mente ouve.
Adormeço com meu cansar dos dedos...
e sonho tocando versos
que apenas são sonho.
Quero tocá-los
e cantá-los nestas cordas tensas.
Até que rebentem.
Escrevo-os na pauta de cada dia
e os solto ao vento,
como quem abre a porta duma gaiola.
Fico a vê-los desaparecer
no ar.
Não sei para onde eles vão.
Tenho a esperança
de que poisem nos quintais e hortas
onde há pão e vinho
para colher.
De casinhas brancas,
com portas e janelas rubras,
brilhando ao sol...
Lá dentro, só Deus sabe o que se passa.
Sejam a bênção...
a palavra certa na hora certa...
ouvindo a diva Maria Betânia...
Berlin, 6 de Junho de 2015
14h24m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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