terça-feira, 2 de junho de 2015

Água do poço

Água do poço

Dormindo no silêncio,
Ao fundo do poço,
Pronta a subir,
No balde que vem.

Enchendo os cântaros em barro
Que vão para a cozinha.

Enche panelas,
Carregadas de couves,
O caldo do almoço e da ceia.
Regalo dos pobres,
Com pão e sardinha.

Arde a lareira,
Dormita o avô.
Se jogam as cartas,
A feijões e a pinhos.
Até que chegue a hora da deita.
Com a reza do terço
E a bênção dos pais.

Pelo calor do verão,
Uma canada do cântaro,
Se faz um refresco,
Açúcar e limão.

Com baldes sem fim,
- ó que sarilho!...
Se enche o tanque,
Para o banho da sesta
E a rega da horta.

Quando chega o inverno,
A água crescente
Sobe no poço
E fica à espreita.

Berlin, 2 de Junho de 2015
22h15m

A lua a nascer

Joaquim Luís Mendes Gomes


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