Água do poço
Dormindo no silêncio,
Ao fundo do poço,
Pronta a subir,
No balde que vem.
Enchendo os cântaros em barro
Que vão para a cozinha.
Enche panelas,
Carregadas de couves,
O caldo do almoço e da ceia.
Regalo dos pobres,
Com pão e sardinha.
Arde a lareira,
Dormita o avô.
Se jogam as cartas,
A feijões e a pinhos.
Até que chegue a hora da deita.
Com a reza do terço
E a bênção dos pais.
Pelo calor do verão,
Uma canada do cântaro,
Se faz um refresco,
Açúcar e limão.
Com baldes sem fim,
- ó que sarilho!...
Se enche o tanque,
Para o banho da sesta
E a rega da horta.
Quando chega o inverno,
A água crescente
Sobe no poço
E fica à espreita.
Berlin, 2 de Junho de 2015
22h15m
A lua a nascer
Joaquim Luís Mendes Gomes
Sem comentários:
Enviar um comentário