sexta-feira, 19 de junho de 2015

negrume do anoitecer

Quinto poema na varanda da casa nova

O negrume do anoitecer

De repente a noite se cobriu dum manto escuro.

Aqui e ali, reluzem alguns pedaços dum céu raiado
a desfalecer.

Na ruan normalmente barulhenta,
há espaços largos de silêncio.

Uma a uma se acendem amareladas das casas as janelas.

E há vultos e silhuetas, insinuantes,
por detrás das cortinas opacas.

Chegam de longe, os clarões brilhantes dum cortejo compassado de aviões,
tão calados,
parecem ovnis
a fazerem-se à pista.

E, eu aqui sentado,
com uma manta leve às costas,
contra os rigores do frio,
selo estes meus versos,
num envelope fechado,
para a derradeira hora
do correio nocturno...

Berlin, 19 de Junho de 2015
22h52m
Joaquim Luís Mendes Gomes


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