Quinto poema na varanda da casa nova
O negrume do anoitecer
De repente a noite se cobriu dum manto escuro.
Aqui e ali, reluzem alguns pedaços dum céu raiado
a desfalecer.
Na ruan normalmente barulhenta,
há espaços largos de silêncio.
Uma a uma se acendem amareladas das casas as janelas.
E há vultos e silhuetas, insinuantes,
por detrás das cortinas opacas.
Chegam de longe, os clarões brilhantes dum cortejo compassado de aviões,
tão calados,
parecem ovnis
a fazerem-se à pista.
E, eu aqui sentado,
com uma manta leve às costas,
contra os rigores do frio,
selo estes meus versos,
num envelope fechado,
para a derradeira hora
do correio nocturno...
Berlin, 19 de Junho de 2015
22h52m
Joaquim Luís Mendes Gomes
Sem comentários:
Enviar um comentário