Pelas ruas da cidade...
Cirando atribulado pelas ruas da cidade.
Sou do campo.
Ainda trago restos do chão da minha terra,
na sola dos meus sapatos.
Não encontro o cheiro a feno
nem oiço o trinar dos pássaros.
Que fizeram das folhas verdes
das minhas árvores
que me viram crescer desde menino?...
E do odor do rosmaninho verde
que se bota fresco pelas calçadas?
E da água corrente das valetas
que escorre directa dos caminhos.
E dos trilhos de lama pela estrada
que fazem as rodas das camionetas.
E do chiar agudo dos carros de bois
carregados de muito pasto.
E do piar da coruja negra, de olhos fundos,
a voar nas noites escuras.
Tudo eu lembro na minha cabeça,
aqui perdido nas multidões.
Nasci para ver o sol nas cumeadas
lá do Marão.
Vou tomar o comboio da noite
e regressar à terra,
pelo alvorecer...
Mafra, 19 de Agosto de 2015
19h46m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
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