Deixei há muito o mundo dos devaneios.
Das quimeras inalcançáveis.
Que de longe me seduziram.
Sereias imaginárias
que só nas lendas sobrevivem dos alfarrábios.
Troquei o espaço dos meus passos.
Terreno firme.
Alcantilado. Com reentrâncias.
Onde deixo os meus segredos.
Minhas marcas.
As pégadas dos meus pés.
Subi ao mundo das essências.
A madre do pensamento
e dos arcanos.
A fonte incessante e insaciável
desta sede de ver e perscrutar.
Entrar a fundo por dentro deste mundo e das pessoas.
Segui-las nas suas rotas de suspiros.
No fundo,
Iguais a mim.
Se levantam pela manhã,
descansados.
Com vontade de viver as horas,
com as cores de cada dia.
ouvindo Hélène Grimaud, ao piano, tocando Beethoven
uma manta densa de nevoeiro à minha janela
Mafra, 19 de Agosto de 2015
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
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