quarta-feira, 26 de agosto de 2015

feira dos contrastes...

Feira dos contrastes...

Todos os tipos.
Todos os gostos.
Normais, extravagantes.
De tudo se vê nos escaparates.

Como é possível alguém gostar?!...
Quando se volta, desapareceu tudo.
E assim será.

É nos vestidos.
É nos  chapéus e nas gravatas.
E as calças,
À boca de sino e logo estreitas, mesmo a esganar...
Tudo ressalta.
O que se pode e nunca.

E os saltos? ora são rasos,
de alisar o chão.

Ora umas torres,
de meio metro...
de estontear.
É preciso um bastão.

E os brincos?

Umas bolinhas...quase invisíveis.
E logo umas argolas
que tudo esgaçam...
De arrepiar.

E dos carros?

Os dois cavalos, feios,
de meter medo...
só cambaleiam,
quase adormecem
e nunca mais chegam.
É preciso empurrar.

Ou, uns bólides...
todos vermelhos,
parecem discos,
dos voadores,
desaparecem,
se perdem da vista...

e os aviões?

Umas charretes,
parecem escaravelhos.
Só roncam e largam fumo,
dum só motor...
Como é possível?

Ou, aqueles bicudos, arrebitados,
muito compridos.
De meter medo.
Ainda não levantaram, já estão no céu...
muito velozes que nem o som...

e os barcos?
umas conchinhas de pau, umas borboletas,
voam à tona.

ou transatlânticos...
gigantescos.
Como cidades acesas,
vão em viagem,
velejando ao largo,
como miragens...

E os guardanapos?

Muito branquinhos.
Muito brunidos.
Ó que pena, pôr-lhes os beiços e lambuzá-los!...

Ou então papel,
tão coloridos.
Ora funis.
Ora perús
de engalanados...

E a modas das músicas?

Ora suaves.Fazem dormir.
Embalam os vivos.
Fazem sonhar.

Mas logo, uns estampidos.
De estarrecer.
Aquelas guitarras, ora aos berros,
ora aos gritos,
nas mãos histriónicas
de quem as maltrata.
São de fugir!...

Assim vamos nós.
Mundo de Cristo!

ouvindo Hydn

Mafra, 26 de Agosto de 2015
8h6m

Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes

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