Meu barquinho negro…
Comprei um barquinho negro.
Carregado de ternura.
Tem dois olhinhos brilhantes, fundos,
Vivos e doces.
Duas orelhitas de veludo hirsutas.
São suas velas.
Quatro patinhas são seus remos.
E uma cauda longa.
É seu leme.
Dei-lhe o nome de mulher do norte,
Por ser tão bela, sem desprimor das
do sul…
Tem madeixas, para agora pretas, mas
já raiadas de centelhas loiras.
Uma boquinha ronda de sorriso.
Seus dentitos se cravam
Meigamente sobre a minha pele.
Só se dá bem ancorada no meu colo.
Tem só um mês e meio.
Parece que aqui viveu há muito.
É a SNU…
Mafra, 21 de Agosto de 2015
21h23m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
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