terça-feira, 11 de agosto de 2015

dum piano preto...

Dum piano a tocar...
Ninguém espere uma serenata
dum piano preto a tocar.
Chamem por ele.
Ele não ouve.
Lhe assobiem.
Será em vão.
Peçam-lhe tudo.
Disso não.
Peçam-lhe um concerto.
Aí, se impertiga.
Pega nas teclas.
Pretas e brancas.
E em correria,
Ele avança louco e desenfreado.
Montanha acima.
Como um corcel
Ou rebanho tresmalhado.
Não sossega
enquanto não chega ao cume
e se banha de céu.
Aí se espraia.
Ao largo
Solta clamores.
De fazer sorrir os montes
E chorar as estrelas.

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