O acto de comer…
Objectivamente feio e humilhante
nosso acto de comer.
Por isso, se arranjam talheres de
prata.
Loiças finas.
Mesas cobertas de toalhas de luxo.
Se arquitectam opulentas salas.
Castiçais.
Candelabros de muitos ramos.
Uma mesa e cadeiras de ricas madeiras.
Com retorcidos.
Tudo para disfarçar aquele gesto de
encher a boca com pedaços de alimento.
E se conversa. Se galhofa.
Em família acalorada.
Até a Natureza nos brindou
Com a faculdade divina de saborear.
No fundo, se repete a gesta da
continuação da espécie.
Regando de prazer o acto simples da
fecundação.
E depois, o duro encargo da criação
da cria,
Desde o berço até ser gente.
É tudo uma compensação atenta
Da vontade de Quem nos criou…
Mafra, 21 de Agosto de 2015
14h53m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
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