sexta-feira, 21 de agosto de 2015

o acto de comer...



O acto de comer…

Objectivamente feio e humilhante nosso acto de comer.

Por isso, se arranjam talheres de prata.
Loiças finas.
Mesas cobertas de toalhas de luxo.

Se arquitectam opulentas salas.
Castiçais.
Candelabros de muitos ramos.

Uma mesa e cadeiras de ricas madeiras.
Com retorcidos.
Tudo para disfarçar aquele gesto de encher a boca com pedaços de alimento.
E se conversa. Se galhofa.
Em família acalorada.

Até a Natureza nos brindou
Com a faculdade divina de saborear.

No fundo, se repete a gesta da continuação da espécie.
Regando de prazer o acto simples da fecundação.
E depois, o duro encargo da criação da cria,
Desde o berço até ser gente.

É tudo uma compensação atenta
Da vontade de Quem nos criou…

Mafra, 21 de Agosto de 2015
14h53m

Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes

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