Suavidade e melancolia...
São os tom e cor deste céu de cinza
que veste o nascer do quarto dia.
Um duelo oculto se trava
na linha do horizonte
entre a neve e a chuva.
Nenhuma ganhou ainda.
O mercúrio baixa para lá da dezena.
O ar corta e fere nossas entranhas.
Não há pele grossa ou lã
que lhe faça frente.
Só a toca quente e a lareira acesa.
Aí sim. Reina a paz e a claridade.
Uma melancolia lenta se espraia
em nós.
Mas não nos vence.
Temos a música. Num bailado intenso.
Com cisnes albos e corpos esbeltos.
Temos a manta suave branda
do fulgor da poesia.
Arde em nós em fogo brando
a doce lenha da saudade.
De quem, além, nos olha
e acena com a bandeira da eternidade.
Nossos faróis acesos.
Nossas amarras firmes
e a garantia da vitória,
com neve ou gelo
e todas as loucuras da humanidade...
Berlim 4 de Janeiro de 2016
9h9m
ouvindo "o lago dos cisnes" de Tchaykowsky
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
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