segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

suavidade e melancolia...

Suavidade e melancolia...

São os tom e cor deste céu de cinza
que veste o nascer do quarto dia.

Um duelo oculto se trava
na linha do horizonte
entre a neve e a chuva.

Nenhuma ganhou ainda.
O mercúrio baixa para lá da dezena.
O ar corta e fere nossas entranhas.

Não há pele grossa ou lã
que lhe faça frente.
Só a toca quente e a lareira acesa.
Aí sim. Reina a paz e a claridade.

Uma melancolia lenta se espraia
em nós.
Mas não nos vence.

Temos a música. Num bailado intenso.
Com cisnes albos e corpos esbeltos.
Temos a manta suave branda
do fulgor da poesia.

Arde em nós em fogo brando
a doce lenha da saudade.
De quem, além, nos olha
e acena com a bandeira da eternidade.

Nossos faróis acesos.
Nossas amarras firmes
e a garantia da vitória,
com neve ou gelo
e todas as loucuras da humanidade...

Berlim 4 de Janeiro de 2016
9h9m

ouvindo "o lago dos cisnes" de Tchaykowsky

Jlmg

Joaquim Luís Mendes Gomes


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