quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

do avesso...



Do avesso…

Viro todo o mundo do avesso
E assim, sim. Fica direito.
Posso atravessá-lo descalço e nu.
Em segurança e com a elegância
Que me prendou a natureza.

Tudo o mais é artifício
E postiço como a cola
Para repor os cacos do boneco
Que caíu e se estatelou.

Tenho em mim as marcas mestras
Do artista que me moldou.
Com a massa deste mundo
Que me cerca
E, malfadado, por suas mãos,
Se revirou.

Não é fácil.
Tão enredadas são as voltas
E o emaranhado egoísta
Do tapete falso que teceu.

Assim, sim.
Já tudo faz sentido
E dá-me gosto de viver…

Ouvindo “uma fuga de Bach” por uma harpa

Berlim, 21 de Janeiro de 2016
7h46m

Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes

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