sábado, 2 de janeiro de 2016

como se os visse mesmo...



Como se os visse mesmo…

Não eram anjos nem flores.
Nem tinham asas.
Eram seres com formas brilhantes.
Eram doces e muito calmas.
Variáveis como nuvens.
Irradiavam paz.
Harmonia nas suas cores.

Deixavam a nossa alma a pairar de leve.
Sugavam os nossos males.
Pareciam sorrir.
Eram só rosto.
Uma vida total.
Sem rugas.
Nem uma sombra.

Adejavam. Como se fossem aves.
Emitiam sons.
De tão belos, o nosso peito arfava
E se arrepiava a nossa pele.

Carinhosos, nos envolviam, faziam roda.
Protectores.
Segurança.
Como se fossem pais.

O que seriam?
Ainda não sei,
Mas eram bons…

Enquanto  Hélène Grimaud, ao piano, tocou Beethoven- adágio

Berlim, 3 de Janeiro de 2016
8h47m

Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes

Sem comentários:

Enviar um comentário