Fatia de broa…
Beber um copo de água ao acordar
E, depois, comer uma fatia escura de
pão,
Cozido no forno de lenha
É o acto natural dos simples
Que vivem em liberdade.
Muito melhor que todos esses pastéis
Engendrados pela complicada arte
De iludir a fome
Como se fora uma prova de domínio
E não aquele sinal intrínseco
Da nossa incontornável dependência.
Ou aquela panóplia incomensurável
Que a gente invencionou
Para sublimar as nossas vitais
necessidades.
Erguendo castelos e grandes palácios
Para garantir o abrigo e sua defesa,
Emoldurando o corpo de sumptuosas
vestes
Para o acautelar das inúmeras agressões
possíveis.
Que ingente profusão de formas
Para, no fundo, compensar as nossas limitações
E dependências!...
Amanheceu cinzento
Berlim, 10 de Janeiro de 2016
8h10m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Sem comentários:
Enviar um comentário