sábado, 30 de janeiro de 2016

desembaraços

Desembaracei-me de todos os laços

Tantos laços me prendiam,
Desde meus tenros anos.
Uns de seda,
Outros de nylon,
Bem mais cortantes
Que uma adaga.

Tinha chagas fundas
Bem no meu íntimo.
Me livrei delas.

Tantos negrumes derramados
Sobre o meu peito,
Me amarfanhavam
E impediam de respirar.

Minhas asas presas
Eram amarras.

Meus pés estavam rasgados,
Jorravam sangue.

Despido, quase exangue,
Mergulhei e me banhei no mar,
Como vim ao mundo.
Tudo afoguei no fundo.
Estendi-me ao sol
Até sarar.

Ouvindo melodias de Beethoven

Berlim, 30 de Janeiro de 2016
21h9m

Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes




Sem comentários:

Enviar um comentário