Chamar a poesia...
Purificar a alma,
sacudir a lama e o pó do corpo,
abrir as asas e subir no ar
até culminar no infinito.
É no mundo sideral
que mora a harmonia da lei geral.
Junto ao chão, poisam as impurezas.
A delicadeza vive no palácio das alturas,
ao pé do firmamento.
Onde só as águias chegam
para fitarem as suas presas.
É da linha longínqua do mar
que se alcança bem
a linha ténue desta terra enorme.
É no sacrário da meditação
que a mente se eleva e sente.
Ressonâncias ocultas aos olhos de sangue
tão facilmente obnubilados
pelas poeiras que os circundam.
Importa agitar as águas
para que o oxigénio lave
suas impurezas.
A beleza é aquele véu de seda
que cobre o sonho de verdades...
ouvindo Hélène Grimaud, ao piano, tocando Brhams, concerto nº 1
é noite escura
Berlim, 7 de Janeiro de 2016
5h54m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
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