segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

minas e poços

Das minas e poços…
Nasci na aldeia, de campos e montes, silvados e bosques.
Das casas com eiras de pedra,
e das medas de palha.
Saboreei do mosto, à bica da pipa, cheirando a uvas.
Regalei-me do fumeiro, negro, pendente, dos caibros e toros debaixo das telhas.
Sei o cheiro do milho e do grão guardado nas arcas,
de tábuas tão grossas,
pareciam carvalhas.
Onde o bicho não entra.
Vi a água a sair das noras profundas, em levadas correntes,
para a rega dos campos.
Apanhei os bagos das uvas espalhados no chão das vindimas.
Pisei, horas a fio, enterrado dos pés à cintura,
os lagares de pedra, carregados de uvas.
Mas, de tudo o que vi, ainda eu sonho…
tinha um medo e pavor moribundo, dos muitos poços e minas profundos,
donde a água saía, como fada encantada…
Ouvindo “nocturnos” de Chopin,
Joaquim Luís M. Mendes Joaquim Luís Mendes Gomes

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