Vou partir…
Vou partir na minha nave do sonho
Por esse mundo em busca da perfeição.
Perscrutando todos os escaninhos
Quer na terra quer no céu.
Soltei minhas amarras.
Venci a gravidade dos meus pesos
Que me prendiam ao chão
E, leve, vou voando.
Daqui alcanço as dimensões reais.
O que é exacto nas suas formas
E movimento.
Como é minúscula e bela a Terra,
mergulhada no silêncio.
Tão inócua e tão pacata.
Aqui, só eu sei bem o que lá vai.
Pintada de azul, branco e manchas
negras.
Como um balão voando ao sol.
Carregando mares com vida,
Searas verdes, desertos e montanhas
altas.
Envolvida numa manta leve em tecido
branco que o vento agita e o sol acende.
Só aqui eu sei as legiões de gente,
Tão diversa na raça e cor,
Mas tão igual,
Que nela habita em passagem breve…
Ouvindo Sibelius, sinfonia nº 2
É madrugada escura
Berlim, 3 de Novembro de 2015
6h4m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
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