quinta-feira, 12 de novembro de 2015

escravidão das horas...

Escravidão das horas…

Caminhar às cegas.
Apalpar o chão.
Desafiar o vento.
Carregando no dorso
Um pensamento morto.

Se sentir sedento.
E atravessar um rio,
Seco, sem molhar os pés.

Lavar o corpo com suor gelado.
Ver as feridas jorrar
Sem poder curá-las.

Desmaiar de medo,
Por ter de avançar.
Estas horas negras.
Onde não raia o sol.
Cheia de mostrengos vis.

Esperar por séculos
Que de novo nasça
Aquela esperança verde
Que nos faz sorrir.
Aquela fé doirada
Que nos pinta a cor.
Adormecer prostrado
Num leito suave.
Sonhar com chuva
Para matar a sede.

É o que se passa agora
Nestas horas baças.
Onde a fome é sal…

Ouvindo “claire de lune”

A manhã nasceu

Berlim, 13 de Novembro de 2015
7h47m

Jlmg

Joaquim Luís Mendes Gomes

Sem comentários:

Enviar um comentário