Escravidão das horas…
Caminhar às cegas.
Apalpar o chão.
Desafiar o vento.
Carregando no dorso
Um pensamento morto.
Se sentir sedento.
E atravessar um rio,
Seco, sem molhar os pés.
Lavar o corpo com suor gelado.
Ver as feridas jorrar
Sem poder curá-las.
Desmaiar de medo,
Por ter de avançar.
Estas horas negras.
Onde não raia o sol.
Cheia de mostrengos vis.
Esperar por séculos
Que de novo nasça
Aquela esperança verde
Que nos faz sorrir.
Aquela fé doirada
Que nos pinta a cor.
Adormecer prostrado
Num leito suave.
Sonhar com chuva
Para matar a sede.
É o que se passa agora
Nestas horas baças.
Onde a fome é sal…
Ouvindo “claire de lune”
A manhã nasceu
Berlim, 13 de Novembro de 2015
7h47m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
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