quarta-feira, 11 de novembro de 2015

prelúdio das chegadas...

Prelúdio das chegadas…

A volta dos tristes
Era às quartas-feiras.
“Nunquam duo”
Em grupinhos de três.

De Vilar à cidade.
Eléctrico amarelo da Foz.
Descendo ronceiro,
Pelo Largo dos Lóios,
A rampa dos Clérigos.

Castanhas assadas.
Em papel de jornal,
Páginas amarelas.
Cinco tostões uma dúzia.

Pelo Santo António acima,
Olhando vitrinas.
Livrarias cheirosas.
A loja da música.
Até ao Ribeiro.

Santa Catarina.
Uma rua festiva.
Cheia de gente
Que vinha do campo.
Com roupas luzentes.

A central de camionagem.
Num nicho de rua…
Quem a diria?
Dali irradiavam em bando,
Para o norte e para o sul.

E, em São Bento.
Magnífica estação do comboio.
Um átrio gigante,
Um assombro,
Com painéis de azulejo.

Depois, o regresso.
Ao cárcere do rio,
Mirando a ponte
Que estava a nascer…

O começo da vida,
Só nuvens no céu…

Ouvindo Schubert

Berlim, 12 de Novembro de 2015
8h24m

Jlmg

Joaquim Luís Mendes Gomes

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