terça-feira, 10 de novembro de 2015

outras eras...

outras eras

quando só havia moinhos,
de água ou de vento
e os baloiços
eram de cordas
pendurados nos ramos.

quando os bois luzidios
palmilhavam a estrada,
enfeitados nos cornos.

e os rios certeiros
corriam ordeiros,
parecendo mansinhos.

havia abutres e corvos
nas lixeiras dos povos.

os galos, galinhas,
cantavam horas a fio,
ao raiar da manhã.

e as sementes mais sãs
não eram as sobras,
ensacadas a eito,
no fim das colheitas.

se bebia directo
da água corrente
das nascentes do monte.

havia respeito dos novos aos velhos,
que foram meninos.

foi a era mais pura
à face da terra,
onde valia viver...

Berlim, 10 de Novembro de 2015
9h25m

Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes​

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