domingo, 15 de novembro de 2015

cultura de cultura...



Cultura de cultura…

Fui para o campo que tenho à minha porta,
De bornal ao colo cheio
Duma semente rara.
Trazida da volta que dei pelo mundo.

Lavrei a terra.
Tirei-lhe as pedrinhas
E as ervas daninhas.
Deixei por uns dois dias.
Alisei o chão.
O sol a tratou.

Pela manhãzinha,
Me entreguei ao campo,
Como um semeador,
Supremo e amante.
Abrindo meu braço
Num arco pleno,
Abrindo a mão
E a semente adiante.

Nem um só palmo
Ficou sem semente.

Gradei todo o chão
E as sementes dormiram
Sonhando de vida,
Num sonho de amor.

Ao cabo de dias,
Uma manta verdinha
Luzia ao sol,
Aos olhos da gente encantada
Que passava na rua.

- que bela e estranha cultura, ali estava!

E perguntavam.

- É uma cultura de “cultura”.
Vamos esperar para verem
E depois saborearem.
Irão ver como é bom!...

Ouvindo Schumann

Amanheceu chuvoso

Berlim, 16 de Novembro de 2015
8h32m

Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes


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