Cultura de cultura…
Fui para o campo que tenho à minha
porta,
De bornal ao colo cheio
Duma semente rara.
Trazida da volta que dei pelo mundo.
Lavrei a terra.
Tirei-lhe as pedrinhas
E as ervas daninhas.
Deixei por uns dois dias.
Alisei o chão.
O sol a tratou.
Pela manhãzinha,
Me entreguei ao campo,
Como um semeador,
Supremo e amante.
Abrindo meu braço
Num arco pleno,
Abrindo a mão
E a semente adiante.
Nem um só palmo
Ficou sem semente.
Gradei todo o chão
E as sementes dormiram
Sonhando de vida,
Num sonho de amor.
Ao cabo de dias,
Uma manta verdinha
Luzia ao sol,
Aos olhos da gente encantada
Que passava na rua.
- que bela e estranha cultura, ali
estava!
E perguntavam.
- É uma cultura de “cultura”.
Vamos esperar para verem
E depois saborearem.
Irão ver como é bom!...
Ouvindo Schumann
Amanheceu chuvoso
Berlim, 16 de Novembro de 2015
8h32m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
Sem comentários:
Enviar um comentário