domingo, 21 de janeiro de 2018

Tinta nankim



Tinta nankim

Cor do céu e cor do mar.
Se escrevia nela a alma.
Na escola linda,
Ao raiar da vida.

Caligrafia perfeita,
Bem desenhada.
Que todos lessem.
 Era o preceito.
Redonda ou inclinada conforme o jeito.

Primeiro a tremer.
Pouco a pouco, melhor.
Até que cada cópia era um mar de letras.
Enchia uma folha.

A seguir o ditado.
Se escrevia de cor.
O que o professor dizia.

Um desafio. Fazia suar.
Vinha a correcção.
Lápis vermelho.
Do mau ao bom.

Como era bom.
Era o labor de cada manhã.
Foi o começo.
Longo caminho.
Agora, já não há nankim.
É tudo digital.
Arial ou calibri…

Berlim, 21 de Janeiro de 2018
15h30m





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