Que bem se vestem as pedras…
Duras, secas, agrestes.
Muitas vezes disformes.
Avessas à ordem.
Cravadas, coladas ao chão.
Sentem o peso dos pés à cabeça.
Permanecem inertes se ninguém as
tocar.
Se deixam levar. Nunca dizem que não.
Servem para tudo.
Constroem castelos e muros.
Dividem as terras. Seguram os pesos.
Até como armas. Enchem as fundas.
Parecem sem alma, mas não.
Muito vaidosas se arranjam com
esmero.
Amaciam com o tempo.
Arredondam as arestas.
Ficam luzentes.
Mergulhadas no mar, vestem de limos,
pintadas de verde.
Expostas na terra, à chuva e ao sol,
se cobrem de musgos e heras.
São majestosas…
Berlim, 5 de Janeiro de 2018
5h55m
silêncio e negrume da madrugada
Jlmg
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